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Brasileiro é preso sob suspeita de terrorismo
Mohamad Kassen Omais foi detido pela polícia libanesa
TARIQ SALEH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BEIRUTE
O médico brasileiro Mohamad Kassen Omais foi preso
pela polícia libanesa, na semana passada, por supostamente
integrar uma lista de procurados por terrorismo. Omais e a
mulher, Gisele do Couto Oliveira, haviam acabado de desembarcar no aeroporto em Beirute quando policiais da imigração o detiveram para "esclarecimentos".
O pediatra brasileiro, residente em Cuiabá (MT), foi levado para uma prisão do setor de
inteligência das Forças de Segurança Interna (FSI) na capital do Líbano. De acordo com as
autoridades libanesas, Omais
teria um homônimo que integraria uma lista de procurados
por terrorismo no país.
Segundo Gisele, eles chegaram ao Líbano para buscar os
três filhos, que estavam em férias desde dezembro com os
avós na cidade de Qaraaoun, no
Vale do Bekaa, leste do país. A
família voltaria ao Brasil dia 28.
No aeroporto, após a mulher
passar pelo controle da imigração, autoridades libanesas deram voz de prisão a Omais, que
foi levado para interrogatório.
Omais está preso há cinco dias.
A polícia libanesa não quis
comentar o caso. "Ele foi detido
para interrogatórios e isto é tudo que podemos dizer", disse
um oficial. "A reação dele foi de
choque quando os policiais lhe
disseram que ficaria detido para interrogatório. Eles me disseram que eu deveria ir embora, pois o caso dele demoraria",
disse Gisele.
O cônsul-geral do Brasil em
Beirute, Michael Gepp, disse
que entrou em contato com as
autoridades libanesas para obter informações.
"Mas eles não permitem que
eu tenha acesso a Omais, obstruindo qualquer tentativa do
consulado de verificar as condições em que ele está sendo tratado", disse Gepp.
O Itamaraty, segundo Gepp,
já foi comunicado sobre o caso
na manhã da última segunda-feira. "Relatamos a prisão de
Omais e comunicamos que o
governo libanês não libera
quaisquer informações."
Incerteza
Segundo o advogado da família, Ayad Fares, a situação ainda
é incerta. "Há uma expectativa
que poderemos resolver a situação o mais rápido possível."
A mulher de Omais disse que
ele ligou duas vezes para a família e que afirmou estar sendo
bem tratado. "Ele apenas nos
contou que continua detido para investigações, mas que não
pode falar mais nada", disse ela.
Para o consulado, o caso pode
virar um incidente diplomático
entre Brasil e Líbano. "Caso insistam em não deixar o consulado exercer suas funções e em
dar assistência legal a um cidadão brasileiro, o governo do
Brasil poderá entrar no caso",
disse Gepp.
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