São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Brasileiro é preso sob suspeita de terrorismo

Mohamad Kassen Omais foi detido pela polícia libanesa

TARIQ SALEH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BEIRUTE

O médico brasileiro Mohamad Kassen Omais foi preso pela polícia libanesa, na semana passada, por supostamente integrar uma lista de procurados por terrorismo. Omais e a mulher, Gisele do Couto Oliveira, haviam acabado de desembarcar no aeroporto em Beirute quando policiais da imigração o detiveram para "esclarecimentos".
O pediatra brasileiro, residente em Cuiabá (MT), foi levado para uma prisão do setor de inteligência das Forças de Segurança Interna (FSI) na capital do Líbano. De acordo com as autoridades libanesas, Omais teria um homônimo que integraria uma lista de procurados por terrorismo no país.
Segundo Gisele, eles chegaram ao Líbano para buscar os três filhos, que estavam em férias desde dezembro com os avós na cidade de Qaraaoun, no Vale do Bekaa, leste do país. A família voltaria ao Brasil dia 28.
No aeroporto, após a mulher passar pelo controle da imigração, autoridades libanesas deram voz de prisão a Omais, que foi levado para interrogatório. Omais está preso há cinco dias.
A polícia libanesa não quis comentar o caso. "Ele foi detido para interrogatórios e isto é tudo que podemos dizer", disse um oficial. "A reação dele foi de choque quando os policiais lhe disseram que ficaria detido para interrogatório. Eles me disseram que eu deveria ir embora, pois o caso dele demoraria", disse Gisele.
O cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp, disse que entrou em contato com as autoridades libanesas para obter informações.
"Mas eles não permitem que eu tenha acesso a Omais, obstruindo qualquer tentativa do consulado de verificar as condições em que ele está sendo tratado", disse Gepp.
O Itamaraty, segundo Gepp, já foi comunicado sobre o caso na manhã da última segunda-feira. "Relatamos a prisão de Omais e comunicamos que o governo libanês não libera quaisquer informações."

Incerteza
Segundo o advogado da família, Ayad Fares, a situação ainda é incerta. "Há uma expectativa que poderemos resolver a situação o mais rápido possível."
A mulher de Omais disse que ele ligou duas vezes para a família e que afirmou estar sendo bem tratado. "Ele apenas nos contou que continua detido para investigações, mas que não pode falar mais nada", disse ela.
Para o consulado, o caso pode virar um incidente diplomático entre Brasil e Líbano. "Caso insistam em não deixar o consulado exercer suas funções e em dar assistência legal a um cidadão brasileiro, o governo do Brasil poderá entrar no caso", disse Gepp.


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