São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Tortura Nunca Mais quer mudar nome de rua que homenageia Sérgio Fleury

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

As subseções do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e so Rio iniciaram uma campanha nacional e internacional para pressionar o poder público de São Carlos a mudar o nome da rua Sérgio Fernando Paranhos Fleury. Delegado durante o regime militar (1964-85), o "Dr. Fleury" foi considerado uns dos principais torturadores.
Ele era acusado de chefiar grupos de extermínio em São Paulo. Foi o responsável pela emboscada que deu fim ao guerrilheiro comunista líder da ALN (Ação Libertadora Nacional), Carlos Marighella, em 69. Seu nome ficou associado à "Lei Fleury", que dá direito ao réu com bons antecedentes a responder em liberdade por crimes contra a vida.
O alerta do Tortura Nunca Mais, repassado por e-mail a entidades de direitos humanos no país e no exterior, relata sua "indignação" ao saber que uma rua leva o nome do "conhecido torturador".
"Integrante do Esquadrão da Morte em São Paulo nos anos 1960, tornou-se um dos principais agentes do terrorismo de Estado que se instaurou em nosso país oficialmente após o AI-5 [Ato Institucional nº 5], em 1968, quando a ditadura passou a utilizar a tortura como instrumento oficial do Estado", diz trecho.
O manifesto afirma que a homenagem "produz uma memória que enaltece os crimes de lesa-humanidade cometidos por esses agentes."
O grupo irá encaminhar carta ao prefeito Newton Lima (PT) e à presidência da Câmara pedindo a imediata troca do nome da via. A rua Sérgio Fleury, de dois quarteirões, foi batizada em 1980, um ano após a morte do delegado.


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