|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após denúncia de tortura, PM proíbe a "Rota de Goiás" de fazer rondas à noite
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
O comando da Polícia Militar
de Goiás decidiu proibir a Rotam, uma unidade de repressão
e patrulhamento equivalente à
Rota de São Paulo, de fazer policiamento de noite e de madrugada. A justificativa oficial é
que há uma mudança no perfil
do policiamento ostensivo na
região de Goiânia.
A medida, no entanto, ocorre
dias após uma denúncia de tortura a cinco jovens em Goiânia
durante a noite. Um deles está
desaparecido. Onze PMs da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana) foram afastados depois do caso.
Denúncias de abusos da Rotam são investigadas pela Comissão de Direitos Humanos
da Assembléia Legislativa de
Goiás, que afirma que há um
grupo de extermínio infiltrado
na corporação.
A Polícia Militar também
trocou o comando da Rotam e
tomou providências como fixar
um período máximo de permanência de três anos na unidade.
Trinta e quatro policiais, de
graduação soldado a subtenente, também deixaram o setor.
Segundo a PM, houve uma reavaliação do perfil da unidade e
dos tipos de ocorrências que
são atendidas por ela.
O estudo concluiu que o período mais necessário de trabalho da unidade é durante o dia,
na vigilância a bancos e escoltas. Policiais do Grupo de Ação
Tática Especial da PM serão os
responsáveis pelo patrulhamento noturno. A Rotam vai
atuar até as 19h.
O presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Assembléia, deputado Mauro Rubem
(PT), considera que as mudanças na patrulha são insuficientes. Segundo ele, só em 2008 já
houve 30 casos de mortes suspeitas de jovens no Estado em
confrontos com policiais
-principalmente da unidade.
O comando da PM diz que a
atuação de grupos de extermínio é só "uma suposição". Segundo ele, a Corregedoria da
Polícia e o Ministério Público
Estadual são rigorosos na apuração de casos de abuso.
Texto Anterior: Foco: Tortura Nunca Mais quer mudar nome de rua que homenageia Sérgio Fleury Próximo Texto: A Rotam Índice
|