São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 1998

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SEGURANÇA
Depois de dar ultimato de 24 horas, órgão autoriza funcionamento apenas com base em dados da Infraero
Contru libera Congonhas "na confiança'

Publius Vergilius/Folha Imagem
Soldados da Aeronáutica guardam o Aeroporto Santos Dumont, no Rio


RITA NAZARETH
da Reportagem Local

O aeroporto de Congonhas escapou de ser interditado ontem, devido a irregularidades nas instalações e nos equipamentos contra incêndio. Depois de dar 24 horas para que as falhas fossem sanadas, o Contru liberou o prédio do aeroporto "na confiança" -não voltou a fazer vistoria e aceitou as informação da administração do aeroporto de que as irregularidades foram sanadas.
"Contamos com o profissionalismo da Infraero (empresa que administra o aeroporto)", afirmou Afonso Celso Nunes, diretor do Contru que visitou Congonhas na tarde de ontem.
Alguns atestados de segurança -como o de existência de brigada anti-incêndio treinada e em ação 24 horas por dia- ficaram pendentes, mas foram relevados pelo órgão da Prefeitura de São Paulo que verifica as condições de segurança dos prédios.
Na quinta-feira, a Folha publicou reportagem mostrando que irregularidades presentes nas instalações do aeroporto favoreciam a ocorrência de incêndios e dificultavam salvamentos e combate ao fogo. A reportagem se baseou em visita acompanhada por perito do sindicato dos aeroportuários.
Cinco falhas
No mesmo dia, o Contru vistoriou o aeroporto e apurou cinco irregularidades, além da falta de alvarás relacionados à segurança.
O diretor Rubens Brandão e outros técnicos do Contru constataram que havia fios soltos em algumas instalações e uso inadequado de conexões elétricas -como cabos feitos para calculadoras alimentando computadores.
Em uma central de ar condicionado, havia materiais combustíveis, o que é desaconselhável. Os extintores e as caixas de força estavam mal sinalizados ou sem sinalização. Não houve comprovação da existência de brigada de incêndio treinada.
A vistoria também exigiu que divisórias de madeira fossem substituídas por outras feitas de material não inflamável.
Às 16h de ontem, José Maria Martins, superintendente do aeroporto, empresa que administra o aeroporto, disse que todas as exigências feitas pelo Contru já haviam sido cumpridas.
No caso especial dos extintores de incêndio, Faria disse que o aeroporto substituiu 200 unidades. Ele admitiu que há poucos hidrantes nas proximidades do aeroporto, mas disse que o equipamento do corpo de bombeiros do aeroporto oferecem segurança aos usuários.
Martins afirmou que o prédio ajuda caso haja um incêndio. "É muito difícil que aconteçam tragédias de grandes proporções, porque a grande circulação de pessoas é no andar térreo", disse Martins.



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