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TRAGÉDIA
Sobreviventes dizem que o desafio não está abandonado
Alpinistas receberam R$ 1.200 para escalar pico do Aconcágua
FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba
Os quatro alpinistas que participavam da expedição ao Aconcágua foram contratados por R$
1.200 cada um por Mozart Catão
para acompanhá-lo na escalada ao
pico mais alto da América do Sul
(6.959 m). O patrocínio para a expedição foi de R$ 90 mil.
A informação é de Dálio Zippin
Neto, 30. Ele e Ronaldo Franzen,
32, sobreviventes da tragédia, chegaram anteontem à noite a Curitiba. Segundo eles, o desafio não é
um projeto abandonado, apenas
suspenso "por uns tempos".
Zippin Neto e Franzen estavam
na base da face sul do Aconcágua,
em 3 de fevereiro último, quando
Mozart Catão (chefe da expedição), Othon Leonardos e Alexandre Oliveira morreram após serem
levados por uma avalanche.
Os dois criticaram as declarações
do alpinista Waldemar Niclevicz
após o acidente, em que ele disse
ter estranhado não ter sido procurado pelos colegas antes da expedição "para receber conselhos".
"Catão nos pediu para não falarmos nada, senão o Niclevicz iria
querer ir junto", disse Franzen. "O
ego do Niclevicz é maior do que
toda a contemplação que ele diz
ter pela montanha."
Os alpinistas saíram da Argentina no último dia 12 e fizeram três
escaladas antes de chegar ao Brasil
-Arenales, em Mendoza, e La Olla e Los Gigantes, em Córdoba.
"Foram subidas leves, em montanhas sem neve", disse Zippin.
Franzen parte hoje para escalar o
monte Olimpo, pico com 1.539 m
localizado na reserva do Marumbi, entre Curitiba e o litoral do Paraná. Zippin ainda não sabe se
acompanhará o parceiro. "Preciso
ver minha namorada", disse.
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