São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 1998

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ACIDENTE
Garota fica presa a capô e é lançada a cerca de 30 m de distância depois que motorista bate em ônibus
Mulher de 60 atropela 4, mata 1 e é presa

da Reportagem Local

A aposentada Edinah More, 60, atropelou por volta das 15h50 de ontem quatro pessoas na esquina das avenidas São João e Ipiranga (centro de São Paulo). Edinah só parou o carro, um Uno, cerca de 350 metros depois, ao bater na traseira de um ônibus, em frente ao hotel Hilton.
Uma das vítimas, uma mulher ainda não identificada pela polícia, morreu no caminho para a Santa Casa. As outras estão internadas.
A garota Ana Paula da Silva, 14, ficou grudada no capô do Uno e foi arrastada até a colisão com o ônibus. Após a batida, ela foi arremessada a cerca de 30 metros de distância. Um tufo de seu cabelo ficou preso no capô.
Além de Ana Paula e da mulher não identificada, foram atropelados Rui Manoel da Silva, 10, -irmão de Ana Paula- e João Batista dos Santos, 29.
Ana Paula e João Batista foram levados para o PS Vergueiro. O estado da garota é grave. Rui foi levado para a Santa Casa e está fora de perigo. A polícia suspeita que a mulher não identificada era a mãe das duas crianças.
Após bater no ônibus, o carro de Edinah ainda atingiu um Tipo que estava parado em frente ao hotel Hilton.
A aposentada ficou presa nas ferragens e foi retirada pelos bombeiros. Ela também foi levada para a Santa Casa.
Segundo o tenente William de Barros Moisés, do Corpo de Bombeiros, Edinah estava consciente, mas em estado de choque. "Ela não conseguia falar nada", disse o tenente.
Edinah não tinha condições de fazer o teste do bafômetro, mas, segundo os bombeiros e a polícia, não apresentava sinais de embriaguez e não estava com cheiro de álcool.
"Pode ser que ela estivesse tomando algum remédio, mas não acredito que tenha bebido", disse o major da PM Roberto Mantovan.
O soldado Diocesar Willians, da PM, assistiu parte do atropelamento. "Ela estava a cerca de 100 km/h, com a moça em cima do capô do carro", disse.
Segundo Willians, um carro da PM passou a perseguir o Uno logo depois do atropelamento.
No final da tarde de ontem, a irmã e uma sobrinha de Edinah estiveram na Santa Casa para saber o que aconteceu.
Quando soube que a aposentada havia atropelado quatro pessoas, a irmã, Elides, começou a chorar.
A sobrinha Jaqueline disse que não queria comentar o caso antes de conseguir falar com Edinah, mas disse que sua tia jamais fugiria caso atropelasse alguém.
Jaqueline afirmou ainda que Edinah estava recentemente fazendo exames de saúde, mas não especificou quais.



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