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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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OUTRO LADO

Defesa nega a ocorrência das duas gestações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A defesa do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco Etério Ramos Galvão contesta a ocorrência das duas supostas gestações Maria Soraia Elias Pereira. Em relação à primeira, apresentou um laudo do Departamento de Medicina Legal da USP em que sua ocorrência é negada.
O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que representa Galvão, afirma que, nos dois períodos em que a médica anestesista teria estado grávida, as únicas razões para ela procurar a assistência médica de seu seguro-saúde teriam sido cera no ouvido, unha encravada e dor de cabeça. "Por que uma médica não faria o pré-natal?"
A médica afirma que ficou grávida duas vezes contra a vontade de Galvão. Segundo a denúncia, na primeira, o magistrado teria forçado o aborto sem o consentimento dela. Na segunda, ela teria ficado em cárcere privado, e o bebê, desaparecido logo após nascer.
Malheiros Filho também questiona a validade do exame laboratorial chamado Beta-HCG, que indica a ocorrência ou não da gravidez em razão da quantidade de determinado hormônio.
Segundo o advogado, ela estaria tomando um remédio à base desse hormônio, por causa de tratamento para induzir a ovulação. O resultado teria indicado uma quantidade alta exclusivamente por causa da medicação.
A defesa também irá explorar o fato de que, durante três meses de sequestro e cárcere privado, ninguém teria comunicado o desaparecimento da médica.
De acordo com Malheiros Filho, a decisão do STJ foi unânime porque o tribunal estaria interessado em demonstrar que será rigoroso com magistrados. "Eles querem mostrar que sabem cortar na carne", declarou. O relator, ministro César Rocha, negou, dizendo que há indícios para embasar o processo.
O advogado irá aguardar a decisão ser publicada para decidir então se recorrerá ou não.


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