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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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Médica se diz feliz com a decisão

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Maria Soraia Elias Pereira disse estar "feliz" com a decisão do STJ de afastar o desembargador Galvão até o final da ação que apura seu suposto envolvimento em crimes como aborto e sequestro.
Em entrevista por telefone à Agência Folha, a médica declarou que recebe ameaças anônimas. Ela não revela a idade nem onde mora, por "questões de segurança", e afirma ter iniciado o relacionamento com Galvão aos 17. Leia a seguir trechos da entrevista.

Agência Folha - O que você achou da decisão do STJ?
Maria Soraia Elias Pereira -
O desembargador foi afastado, e eu tenho esperança de ter minha filha de volta. Estou muito feliz.

Agência Folha - Você tem idéia de onde está a sua filha?
Pereira -
Acredita-se que ela foi entregue para adoção internacional. Há também uma linha [de investigação" que acha que ela esteja no Brasil, até próxima do pai.

Agência Folha - Como você se separou da sua filha?
Pereira -
Eu tentei fugir do cativeiro uma vez e eles resolveram nos separar. Levaram e não me disseram para onde iam.

Agência Folha - Você conhecia as pessoas que levaram o bebê?
Pereira -
Foi o desembargador e um amigo dele, um advogado.

Agência Folha - Os acusados dizem que suas provas são falsas...
Pereira -
A Polícia Federal, o Ministério Público e o STJ concluíram que eles é que forjam provas.

Agência Folha - Por que você continuou com o desembargador após o primeiro aborto?
Pereira -
Eu mantinha uma relação de 11 anos e fui me submetendo às pressões. Em 99, na segunda gravidez, denunciei o caso ao Ministério Público Federal.

Agência Folha - Você ainda tem recebido ameaças?
Pereira -
Ultimamente não. Eu recebi muita carta anônima. A última foi há cerca de três meses.

Agência Folha - Como está a sua vida hoje?
Pereira -
A minha vida parou. Eu trabalho, mas vivo em uma situação de muita insegurança. Praticamente destruíram minha vida.

Agência Folha - Você tem proteção do Estado?
Pereira -
Não. Eu vivo em total insegurança. Tenho medo, mas a minha vontade de justiça e de ver minha filha é maior.


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