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Médica se diz feliz com a decisão
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Maria Soraia Elias Pereira disse
estar "feliz" com a decisão do STJ
de afastar o desembargador Galvão até o final da ação que apura
seu suposto envolvimento em crimes como aborto e sequestro.
Em entrevista por telefone à
Agência Folha, a médica declarou
que recebe ameaças anônimas.
Ela não revela a idade nem onde
mora, por "questões de segurança", e afirma ter iniciado o relacionamento com Galvão aos 17. Leia
a seguir trechos da entrevista.
Agência Folha - O que você achou
da decisão do STJ?
Maria Soraia Elias Pereira - O desembargador foi afastado, e eu tenho esperança de ter minha filha
de volta. Estou muito feliz.
Agência Folha - Você tem idéia de
onde está a sua filha?
Pereira - Acredita-se que ela foi
entregue para adoção internacional. Há também uma linha [de investigação" que acha que ela esteja
no Brasil, até próxima do pai.
Agência Folha - Como você se separou da sua filha?
Pereira - Eu tentei fugir do cativeiro uma vez e eles resolveram
nos separar. Levaram e não me
disseram para onde iam.
Agência Folha - Você conhecia as
pessoas que levaram o bebê?
Pereira - Foi o desembargador e
um amigo dele, um advogado.
Agência Folha - Os acusados dizem que suas provas são falsas...
Pereira - A Polícia Federal, o Ministério Público e o STJ concluíram que eles é que forjam provas.
Agência Folha - Por que você continuou com o desembargador após
o primeiro aborto?
Pereira - Eu mantinha uma relação de 11 anos e fui me submetendo às pressões. Em 99, na segunda
gravidez, denunciei o caso ao Ministério Público Federal.
Agência Folha - Você ainda tem
recebido ameaças?
Pereira - Ultimamente não. Eu
recebi muita carta anônima. A última foi há cerca de três meses.
Agência Folha - Como está a sua
vida hoje?
Pereira - A minha vida parou. Eu
trabalho, mas vivo em uma situação de muita insegurança. Praticamente destruíram minha vida.
Agência Folha - Você tem proteção do Estado?
Pereira - Não. Eu vivo em total
insegurança. Tenho medo, mas a
minha vontade de justiça e de ver
minha filha é maior.
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