HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Um dia após divulgar a prisão de dois suspeitos de matar o juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antonio José Machado Dias, 47, a Polícia Civil praticamente descartou ontem o envolvimento no crime dos dois homens presos em Campo Grande (MS).
"Está praticamente descartado. Nada está batendo. O único indicativo que tinha era a arma 9 mm, mas a que foi apreendida aqui é muito antiga. Vamos dizer: é uma arma da Primeira Guerra Mundial", disse à Agência Folha o diretor-geral da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul, Milton Watanabe Tocikazu, 52.
"No teste que foi feito com a arma, ela não estava com eficiência de 100%. Não estava atirando bem. Dá um tiro e trava."
As prisões de Edmar dos Santos, 24, o Quirino, e João Carlos Careaga, 26, ocorreram no último domingo na região central de Campo Grande. Os policiais apreenderam um revólver calibre 38 e uma pistola Luger, fabricada em 1908. Os dois foram indiciados por porte ilegal de armas.

Semelhança
A polícia suspeitou de Santos, que disse ter cumprido pena por homicídio, e de Careaga devido à arma de 9 mm, do mesmo calibre da usada para matar o juiz no interior de São Paulo. Os dois também são parecidos com os retratos falados dos assassinos de Dias.
"É impressionante. Mantemos ainda a investigação em razão de serem muito parecidos com os retratos falados", afirmou Watanabe. Segundo ele, as impressões digitais da dupla não batem com as colhidas no carro abandonado pelos assassinos do juiz.
O delegado Edi Ederaldo de Almeida, coordenador do Instituto de Criminalística, disse que foram feitos dois testes na arma apreendida: um que mostra se ela foi usada recentemente e outro para verificar sua eficiência.
Ainda assim, a Polícia Civil informou que a arma deve ser enviada a Presidente Prudente para teste de balística. Esse exame comprovaria se as balas que atingiram o juiz partiram da pistola apreendida com a dupla.


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