São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2005

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REPRODUÇÃO

Procissão reuniu 50 mil

Arcebispo faz críticas a debate sobre o aborto

PASCOAL GOMES
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo primaz do Brasil e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), condenou ontem, durante discurso em Salvador, o aborto, a legalização das pesquisas com células-tronco e a eutanásia.
Depois da missa de Domingo de Ramos, dom Geraldo falou para aproximadamente 50 mil pessoas na praça Castro Alves, região central de Salvador.
"A minha posição é a posição da igreja. A igreja defende a vida, e as pesquisas com células-tronco embrionárias são uma manipulação da vida", disse dom Geraldo Majella. "Hoje, aqui nesta praça, 100 mil pessoas gritaram contra o aborto, a eutanásia e as pesquisas com células-tronco", disse o cardeal, avaliando que haveria mais de 50 mil fiéis na praça.
Segundo ele, a partir do momento que houve a fecundação, uma vida foi criada. "Depois disso, em hipótese alguma a vida pode ser objeto de manipulação. Dentro desse princípio, que é o princípio da vida, a igreja condena desde o aborto até a eutanásia e também as pesquisas com as células-tronco embrionárias", disse.
Apesar de fazer críticas ao governo brasileiro, durante a homilia, por causa das pesquisas com células-tronco, dom Geraldo Majella disse que a Igreja Católica não vai liderar um movimento de mobilização dos fiéis em passeatas de protesto, ou até mesmo para pressionar deputados e senadores. "O nosso papel é conscientizar a sociedade como um todo. Vamos continuar usando a palavra para defender a vida", disse o arcebispo.


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