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Bombeiros combatem fogo às margens das estradas vicinais do povoado de Apiau, a 120 quilômetros de Boa Vista

LUCAS FIGUEIREDO
da Sucursal de Brasília

ANDRÉ LOZANO
enviado especial a Boa Vista (RR)

O governo federal anunciou ontem que o megaincêndio de Roraima já queimou 3% da área do Estado, incluindo terras de plantio e de floresta amazônica. A área (6.720 km2) equivale a 4,5 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
O número é bem menor do que as estimativas de área queimada divulgadas pelo governo de Roraima (52 mil km2) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (entre 27 mil km2 a 37 mil km2).
O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Martins, reconheceu que é impossível dizer com exatidão o tamanho da área queimada, o que depende de avaliações que serão feitas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) na próxima semana.
O governador de Roraima, Neuto Campos (PPB), afirmou ontem que o Estado tem, no momento, o equivalente a 400 km de incêndio, imaginando-se uma linha traçada entre os focos existentes. O governo diz usar dados do Instituto de Pesquisas da Amazônia ao informar que 21,75% de toda a área de agricultura, pastagem, serrados e florestas do Estado já queimaram.
Campos estima que os prejuízos causados pelo fogo já atingiram R$ 40 milhões no Estado. Ele informou que uma comissão constituída por especialistas em meio ambiente irá analisar, nos próximos 30 ou 40 dias, as perdas impostas à fauna e flora devido aos focos de incêndio.
Na entrevista concedida em Brasília, por Martins e pelo secretário de Políticas Regionais, Fernando Catão, ficou evidente que os órgãos do governo trabalham com informações contraditórias sobre o incêndio.
Catão disse que o ideal para combater o fogo é um contingente de 700 a 800 bombeiros especializados em incêndio florestal. Relatório divulgado pelo Ibama, entretanto, afirma que o número de bombeiros necessários é 20% maior, ou seja, 960 homens.
Para Martins, "não há nenhuma contradição". Já para Catão, existem "pequenas contradições", que serão solucionadas.
Morosidade
O presidente do Ibama rebateu críticas da morosidade do governo no combate ao incêndio que começou no mês passado. Ele disse que a situação só se agravou na semana passada.
O governador Neuto Campos considera "pouca" a ajuda de R$ 4 milhões do governo federal para combater o incêndio no Estado. "É pouca porque só com a perfuração de poços artesianos o governo do Estado já gastou R$ 3 milhões", alegou o governador.



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