São Paulo, sábado, 21 de março de 1998

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AS VÍTIMAS
3.000 pessoas fazem fila para conseguir comida
"Parede" de fogo destrói produção de agricultor

do enviado especial

O agricultor Domingos Pereira da Silva, 28, perdeu seus 60 hectares de terra na região do Apiau devido ao fogo. Ele plantava feijão, milho e mandioca. Toda sua produção foi consumida por uma "parede" de fogo, por volta do meio-dia.
"Tentamos apagar, mas não conseguimos. Perdemos tudo", disse o agricultor, que ontem integrava uma fila, na vila de Apiau, para conseguir um prato de comida distribuído pelo governo do Estado.
No local havia ontem cerca de 3.000 pessoas a procura de um prato de comida. Muitos pequenos agricultores disseram que há mais de quatro dias se alimentam de farinha e água.

Vicinais
O Corpo de Bombeiros intensificou sua ação ontem nas estradas vicinais que ligam as pequenas propriedades na região.
O local estava coberto por uma nuvem de fumaça. Nessa região, um dos principais fatores que estão dificultando a ação dos bombeiros é o vento, que chega a atingir 100 km/h.
Outro fator que acelera a propagação do fogo é a baixa umidade relativa do ar -em torno de 32%, quando o normal na região é variar entre 70% e 90%. A temperatura local está em torno de 38ºC.
As áreas mais atingidas em Roraima são, além de Apiau, Roxinho, Cachoeira da Missão, serra de Pacaraima e Maloca do Boqueirão.

Reservas indígenas
O fogo está se deslocando do leste para o oeste do Estado, em direção às reservas indígenas. No entanto, o governo afirma que as moradias dos índios ainda não estão sendo ameaçadas pelos focos de incêndio.



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