São Paulo, sábado, 21 de abril de 2007

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Parque da Luz terá trilha urbana em maio

Visitante poderá explorar o local, o 1º jardim público de SP, com ajuda de guias e de mapa com destaques do percurso

Dias e horários ainda não estão definidos; parque tem sítio arqueológico, escultura de Brecheret e bichos como o preguiça-de-três-dedos

DA REPORTAGEM LOCAL

Aprender com diferentes espécies de árvores, com um sítio arqueológico, uma escultura de Victor Brecheret e com animais como o preguiça-de-três-dedos. A partir de maio, uma trilha urbana no parque da Luz, no centro de São Paulo, permitirá que pessoas de todas as idades explorem o local com ajuda de guias ou com um mapa com os destaques do percurso.
O objetivo não é proporcionar um simples passeio, segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, mas aproveitar o parque para fazer educação ambiental e tratar de questões como a flora e a fauna, a escassez de água e a preservação do patrimônio histórico e cultura. A trilha será gratuita.
O parque, criado em 1825 como horto botânico, é vizinho à Pinacoteca do Estado e expõe diversas esculturas ao ar livre. Em 1916, o local se tornou o primeiro jardim público da cidade. Aos finais de semana, recebe de 2.000 a 3.000 pessoas.
Entre os "pontos de trabalho" da trilha estão uma gruta e cascata do século 19 -instalação típica do estilo de Jardim Paysager, que reproduz elementos naturais de forma estilizada. A gruta é também uma grande caixa d'água com capacidade para 25 mil litros.
O coreto -restaurado em 2006- é outro destaque. Foi projetado por Maximilan Emílio Helh (professor da Escola Politécnica e autor do projeto da atual catedral da Sé) e construído em 1911. O primeiro coreto do Jardim da Luz, porém, é de 1880, época em que a apresentação de bandas das colônias de imigrantes e os bailes já eram tradicionais no local.
Até um sítio arqueológico pode ser visto na Luz: as fundações de uma torre de 20 metros de altura chamada de Observatório Meteorológico, que funcionava como mirante, e do sistema mais antigo de transporte de água da capital (canaletas a céu aberto). As duas obras foram feitas no período do governo João Teodoro (1872-75).
Entre as árvores que mais chamam a atenção no parque estão um jatobá -a mais antiga do local, diz a secretaria-, espécies de pau-ferro -que possui tronco manchado e é nativo da mata atlântica- e a nolina -chamada de pata de elefante, ela armazena água no tronco.
De acordo com Virgínia Valentini Tristão, coordenadora do programa Trilhas Urbanas da secretaria do Verde, os horários e dias da trilha guiada ainda não estão definidos. Provavelmente, diz ela, haverá alguns horários fixos num só dia da semana ou então numa manhã e numa tarde em dois dias diferentes. Os guias serão estagiários da prefeitura ou estudantes do Senac (com quem a prefeitura tem convênio).
Os grupos deverão ter tamanhos variados, dependendo da idade do público -no caso de crianças e adolescentes, o ideal é que haja um monitor para cada dez pessoas. Com adultos, o grupo pode ser de 20 membros.
A educadora diz que outros três parques municipais terão trilhas urbanas até o final deste ano: o do Piqueri (no Tatuapé), o Independência (no Ipiranga) e o Trianon (na av. Paulista). Atualmente, a pasta faz o levantamento nesses parques para basear a execução da trilha.

Prostitutas
Nos dias da semana, principalmente no final da tarde, é difícil encontrar jovens e crianças no parque da Luz.
Os freqüentadores são em sua maioria adultos -e há muitos idosos. Sentadas nos inúmeros bancos, há prostitutas aguardando clientes.
Elas não usam roupas tão chamativas como prostitutas vistas nas ruas da cidade e mais parecem donas-de-casa. Com os homens, porém, são mais atrevidas e os abordam: "Quer namorar um pouquinho?", disse uma delas para um jovem que passava em sua frente.
Segundo a secretaria, a convivência com as prostitutas é "pacífica", mas o preconceito contra elas faz com que muitas pessoas deixem de ir ao parque.
Apesar de contar com segurança privada, alguns consideram o local perigoso. "Nunca fui roubada, mas evito passar pelo parque e, quando entro, presto bastante atenção e seguro firme minha bolsa", diz a secretária Regina Cardoso, que pega trem na estação da Luz. A prefeitura nega que haja violência na área. (AFRA BALAZINA)


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