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Parque da Luz terá trilha urbana em maio
Visitante poderá explorar o local, o 1º jardim público de SP, com ajuda de guias e de mapa com destaques do percurso
Dias e horários ainda não estão definidos; parque tem sítio arqueológico, escultura de Brecheret e bichos como o preguiça-de-três-dedos
DA REPORTAGEM LOCAL
Aprender com diferentes espécies de árvores, com um sítio
arqueológico, uma escultura de
Victor Brecheret e com animais
como o preguiça-de-três-dedos. A partir de maio, uma trilha urbana no parque da Luz,
no centro de São Paulo, permitirá que pessoas de todas as idades explorem o local com ajuda
de guias ou com um mapa com
os destaques do percurso.
O objetivo não é proporcionar um simples passeio, segundo a Secretaria do Verde e do
Meio Ambiente, mas aproveitar o parque para fazer educação ambiental e tratar de questões como a flora e a fauna, a escassez de água e a preservação
do patrimônio histórico e cultura. A trilha será gratuita.
O parque, criado em 1825 como horto botânico, é vizinho à
Pinacoteca do Estado e expõe
diversas esculturas ao ar livre.
Em 1916, o local se tornou o primeiro jardim público da cidade.
Aos finais de semana, recebe de
2.000 a 3.000 pessoas.
Entre os "pontos de trabalho" da trilha estão uma gruta e
cascata do século 19 -instalação típica do estilo de Jardim
Paysager, que reproduz elementos naturais de forma estilizada. A gruta é também uma
grande caixa d'água com capacidade para 25 mil litros.
O coreto -restaurado em
2006- é outro destaque. Foi
projetado por Maximilan Emílio Helh (professor da Escola
Politécnica e autor do projeto
da atual catedral da Sé) e construído em 1911. O primeiro coreto do Jardim da Luz, porém, é
de 1880, época em que a apresentação de bandas das colônias de imigrantes e os bailes já
eram tradicionais no local.
Até um sítio arqueológico pode ser visto na Luz: as fundações de uma torre de 20 metros
de altura chamada de Observatório Meteorológico, que funcionava como mirante, e do sistema mais antigo de transporte
de água da capital (canaletas a
céu aberto). As duas obras foram feitas no período do governo João Teodoro (1872-75).
Entre as árvores que mais
chamam a atenção no parque
estão um jatobá -a mais antiga
do local, diz a secretaria-, espécies de pau-ferro -que possui tronco manchado e é nativo
da mata atlântica- e a nolina
-chamada de pata de elefante,
ela armazena água no tronco.
De acordo com Virgínia Valentini Tristão, coordenadora
do programa Trilhas Urbanas
da secretaria do Verde, os horários e dias da trilha guiada ainda não estão definidos. Provavelmente, diz ela, haverá alguns
horários fixos num só dia da semana ou então numa manhã e
numa tarde em dois dias diferentes. Os guias serão estagiários da prefeitura ou estudantes do Senac (com quem a prefeitura tem convênio).
Os grupos deverão ter tamanhos variados, dependendo da
idade do público -no caso de
crianças e adolescentes, o ideal
é que haja um monitor para cada dez pessoas. Com adultos, o
grupo pode ser de 20 membros.
A educadora diz que outros
três parques municipais terão
trilhas urbanas até o final deste
ano: o do Piqueri (no Tatuapé),
o Independência (no Ipiranga)
e o Trianon (na av. Paulista).
Atualmente, a pasta faz o levantamento nesses parques para
basear a execução da trilha.
Prostitutas
Nos dias da semana, principalmente no final da tarde, é difícil encontrar jovens e crianças no parque da Luz.
Os freqüentadores são em
sua maioria adultos -e há muitos idosos. Sentadas nos inúmeros bancos, há prostitutas
aguardando clientes.
Elas não usam roupas tão
chamativas como prostitutas
vistas nas ruas da cidade e mais
parecem donas-de-casa. Com
os homens, porém, são mais
atrevidas e os abordam: "Quer
namorar um pouquinho?", disse uma delas para um jovem
que passava em sua frente.
Segundo a secretaria, a convivência com as prostitutas é
"pacífica", mas o preconceito
contra elas faz com que muitas
pessoas deixem de ir ao parque.
Apesar de contar com segurança privada, alguns consideram o local perigoso. "Nunca
fui roubada, mas evito passar
pelo parque e, quando entro,
presto bastante atenção e seguro firme minha bolsa", diz a secretária Regina Cardoso, que
pega trem na estação da Luz. A
prefeitura nega que haja violência na área.
(AFRA BALAZINA)
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