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Para especialistas, escola deve estar integrada
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
A integração da escola com a comunidade é a principal solução
apontada por especialistas em
educação e em segurança para resolver o problema da violência nos
estabelecimentos de ensino.
"É preciso abrir a escola para os
alunos e para a comunidade", diz
o ex-secretário municipal da Educação Mario Sergio Cortella.
"A escola não pode ser um corpo estranho à comunidade. Com a
integração, a sociedade ajuda a desenvolver mecanismos de proteção informal", afirma o procurador-geral de Justiça de São Paulo,
Luiz Antonio Guimarães Marrey.
A secretária estadual da Educação, Rose Neubauer, diz que "não
adianta isolar a escola com muros
altos, que mantêm o traficante lá
dentro".
Segundo Cortella, uma das dificuldades frequentemente apontadas pela direção das escolas para
abri-las nos fins-de-semana é a falta de funcionários.
"Esse problema é facilmente resolvido quando se cria um conselho -formado por professores,
funcionários, pais e alunos- que
trata da administração da abertura
da escola para a comunidade."
"O Estado esgotou sua possibilidade de oferecer segurança. Por
isso, a comunidade deveria assumir o papel de parceira do Estado
e ajudar a combater essa violência.
Por exemplo, pais de alunos poderiam se revezar em turnos, para vigiar escolas", sugere o ex-secretário da Segurança Pública Antonio
Cláudio Mariz de Oliveira.
Rose Neubauer critica o deslocamento de policiais disfarçados para as escolas, como forma de combater o tráfico de drogas.
"Essa medida tem consequência
negativa na construção da confiança dos alunos. Você instala
uma política de silêncio e de denúncias que podem ser improcedentes. Um aluno pode ter problemas com outro e denunciá-lo indevidamente", afirma a secretária.
O presidente do sindicato dos
professores do Estado, Roberto
Felício, disse que está aguardando
uma audiência com o secretário da
Segurança Pública, José Afonso da
Silva, para discutir o problema da
violência nas escolas.
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