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Iniciante ganha R$ 245 por 12 horas semanais
DA REPORTAGEM LOCAL
Dos 4.705 professores da USP,
2.343 ganham entre R$ 3.000 e R$
5.000. São docentes com título de
doutorado e que têm dedicação
integral à universidade. Entre
eles, a média salarial é de R$ 4.491.
Quem está no mesmo regime de
dedicação integral, mas não tem
titulação, ganha R$ 1.415 (o piso).
Professores de dedicação integral trabalham 40 horas por semana e são exclusivos da universidade. Por lei, são obrigados a
dar pelo menos oito horas-aula
semanais. O restante é usado em
correção e preparação de provas e
trabalhos e nas pesquisas.
Na ponta de cima da pirâmide
de salários desse regime, figuram
29 professores que ganham mais
de R$ 9.000 -o teto é R$ 11.111.
Estes estão geralmente no topo da
carreira, já assumiram cargos de
chefia e têm pelo menos 20 de
universidade, o que garante aumento que soma 40% sobre o salário-base, por gratificações dadas
a cada cinco anos (quinquênios).
Na outra ponta dos salários, estão os professores que trabalham
12 horas semanais.
Um professor titular -último
nível da carreira universitária-
entraria na USP ganhando R$
729; no início da carreira -sem
pós-graduação-, o professor inicia com R$ 245.
"Com esse salário, o professor
vem pela grife da USP apenas",
disse o chefe do Departamento de
Jornalismo, Jair Borin, que tem
duas vagas a preencher. "Não foram preenchidas por falta de candidatos", disse Borin. Não houve
interessados com título de doutor, para ganhar cerca de R$ 600.
Nas ciências humanas, a situação também é grave. Haveria candidatos para os concursos, mas a
reitoria não está substituindo todos os aposentados.
A USP tinha, em 1991, 5.515 professores e hoje mantém 4.705. A
Unesp reduziu o quadro docente
de 3.418 para 3.221, e a Unicamp,
de 2.030 para 1.841.
A geografia da USP queria contratar mais seis professores, mas a
reitoria autorizou um, segundo a
professora Léa Francesconi. Segundo os estudantes, nos cursos
de letras e filosofia há turmas com
até 130 alunos.
"As vagas necessárias serão
concedidas", disse o professor
Gilberto Shinyashiki, diretor de
recursos humanos da USP.
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