São Paulo, domingo, 21 de maio de 2000


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Iniciante ganha R$ 245 por 12 horas semanais


DA REPORTAGEM LOCAL

Dos 4.705 professores da USP, 2.343 ganham entre R$ 3.000 e R$ 5.000. São docentes com título de doutorado e que têm dedicação integral à universidade. Entre eles, a média salarial é de R$ 4.491. Quem está no mesmo regime de dedicação integral, mas não tem titulação, ganha R$ 1.415 (o piso).
Professores de dedicação integral trabalham 40 horas por semana e são exclusivos da universidade. Por lei, são obrigados a dar pelo menos oito horas-aula semanais. O restante é usado em correção e preparação de provas e trabalhos e nas pesquisas.
Na ponta de cima da pirâmide de salários desse regime, figuram 29 professores que ganham mais de R$ 9.000 -o teto é R$ 11.111. Estes estão geralmente no topo da carreira, já assumiram cargos de chefia e têm pelo menos 20 de universidade, o que garante aumento que soma 40% sobre o salário-base, por gratificações dadas a cada cinco anos (quinquênios).
Na outra ponta dos salários, estão os professores que trabalham 12 horas semanais.
Um professor titular -último nível da carreira universitária- entraria na USP ganhando R$ 729; no início da carreira -sem pós-graduação-, o professor inicia com R$ 245.
"Com esse salário, o professor vem pela grife da USP apenas", disse o chefe do Departamento de Jornalismo, Jair Borin, que tem duas vagas a preencher. "Não foram preenchidas por falta de candidatos", disse Borin. Não houve interessados com título de doutor, para ganhar cerca de R$ 600.
Nas ciências humanas, a situação também é grave. Haveria candidatos para os concursos, mas a reitoria não está substituindo todos os aposentados.
A USP tinha, em 1991, 5.515 professores e hoje mantém 4.705. A Unesp reduziu o quadro docente de 3.418 para 3.221, e a Unicamp, de 2.030 para 1.841.
A geografia da USP queria contratar mais seis professores, mas a reitoria autorizou um, segundo a professora Léa Francesconi. Segundo os estudantes, nos cursos de letras e filosofia há turmas com até 130 alunos.
"As vagas necessárias serão concedidas", disse o professor Gilberto Shinyashiki, diretor de recursos humanos da USP.


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