São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011

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Vice de Campinas tem prisão decretada

Além de político do PT, empresários e funcionários da prefeitura também são suspeitos de integrar esquema

Grupo é investigado pelo Ministério Público por suspeita de fraudes em licitações da Sanasa, que é ligada à prefeitura


Lemes Simões/Folhapress
Aurélio Cance Júnior, diretor-técnico da Sanasa, é preso em operação contra esquema de corrupção na cidade de Campinas

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Onze empresários e funcionários da Prefeitura de Campinas (93 km de São Paulo) foram presos ontem sob suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção.
Outros nove com prisão decretada não foram localizados, entre eles o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), e os secretários Francisco de Lagos (Comunicação) e Carlos Henrique Pinto (Cooperação para Assuntos Jurídicos).
Vilagra, funcionário da Replan (Refinaria de Paulínia), participou da criação do Sindicato dos Petroleiros de Campinas (1973), do PT e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nos anos 1980.
A operação teve como base investigação do Ministério Público Estadual, que apura fraudes em licitações e contratos públicos feitos pela Sanasa (empresa mista de tratamento de água e esgoto).
O esquema criminoso, que envolveria outras cidades e Estados, pode ter movimentado R$ 615 milhões.
A investigação começou em 2009, mas teve um desdobramento este ano, quando um acusado optou pela delação premiada. Entre os presos estão Ricardo Candia, ex-diretor de Planejamento da prefeitura, e Aurélio Cance Júnior, atual diretor-técnico da Sanasa.
Ontem foram apreendidos computadores, quatro armas, documentos e mais de R$ 100 mil. Segundo o juiz da 3ª Vara de Campinas, Nelson Bernardes, as provas apresentadas pelo Ministério Público fundamentavam os pedidos de prisão temporária.
"Essas prisões, no entanto, não significam que as pessoas já são consideradas culpadas", disse. A prisão vale por cinco dias e pode ser prorrogada por outros cinco.
De acordo com o juiz, a Promotoria só não pediu a prisão temporária da primeira-dama e chefe de gabinete, Rosely Nassim Santos, porque ela obteve uma liminar para que ela e o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) não sofram medidas coercitivas.
Não foram divulgados detalhes da acusação, como a participação de cada investigado no suposto esquema. Entre os presos, os empresários Alfredo Ferreira Antunes e Augusto Ribeiro Antunes foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma. Os empresários Emerson Geraldo de Oliveira, José Carlos Cepera e Maurício de Paulo Manduca, foragidos, já tinham sido presos em 2010.
O vereador Artur Orsi (PSDB) protocolou pedido de impeachment do prefeito.

Colaborou JOSÉ BENEDITO DA SILVA


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