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ADMINISTRAÇÃO
Mercadorias, avaliadas em US$ 1 milhão, eram estocadas na região da rua 25 de Março; 50 pessoas foram detidas
Camelô reage a ação contra produto ilegal
Tuca Vieira/Folha Imagem
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PM detém manifestante durante confronto |
RENATO ESSENFELDER
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das maiores operações de
combate a produtos ilegais terminou ontem com a apreensão de
mercadorias supostamente contrabandeadas, pirateadas e falsificadas avaliadas em US$ 1 milhão.
Os produtos estavam em dois edifícios da região da rua 25 de Março (centro de São Paulo).
O alvo da operação, autorizada
pela Justiça, foram os fornecedores de produtos vendidos por camelôs. Revoltados com a operação, os ambulantes determinaram toque de recolher às lojas da
região da rua 25 de Março, onde
há uma das maiores concentrações de camelôs da cidade.
Em protesto, eles apedrejaram
ônibus, saquearam lojas e entraram em confronto com comerciantes e policiais. Na confusão,
um adolescente acabou baleado,
mas passa bem. O dono da loja de
onde partiu o disparo foi agredido
por manifestantes.
Pelo menos 50 pessoas, entre
camelôs e donos de mercadorias
ilegais, foram detidas, segundo o
delegado Paulo Sergio Fleury, que
coordenou a apreensão.
A previsão, ontem à noite, é que
todos seriam liberados após prestarem depoimento à polícia.
A ação de ontem foi a primeira
da força-tarefa criada pela Prefeitura de São Paulo há cerca de um
mês para combater a prática de
suborno entre fiscais e camelôs e a
venda de produtos ilegais.
"É a primeira ação, mas, sem
dúvida, ela ataca a espinha dorsal
de um dos sistemas de abastecimento do comércio formal e informal", disse ontem Gerson Luís
Bittencourt, representante da Secretaria de Implementação de
Subprefeituras na força-tarefa.
O grupo é integrado também
por promotores de Justiça, delegados, representantes da Secretaria de Estado da Fazenda, Ministério Público Federal, polícias Civil e Militar, entre outros.
Ontem, 500 pessoas participaram da ação, iniciada na madrugada. Integrantes da força classificaram a ação como a maior de
combate a ilegais já feita na cidade. "A operação superou nossas
expectativas", disse Benedito Mariano, coordenador do grupo.
Segundo ele, as mercadorias,
guardadas em cerca de 3.000 sacos, serão analisadas em cerca de
30 dias. Se os produtos não tiverem documentação, poderão, por
exemplo, ser leiloados.
Os produtos apreendidos foram
encontrados em cerca de 200
apartamentos vistoriados. Os
imóveis serviam como depósitos
de mercadorias e moradia.
Segundo o delegado Fleury,
grande parte das pessoas que estavam com mercadorias é estrangeira -chineses, principalmente.
A apuração do caso, na Delegacia de Propriedade Imaterial, poderá provocar o indiciamento de
500 pessoas por crimes que vão de
formação de quadrilha e receptação de mercadoria roubada a violação de direito autoral.
Na apuração, será investigada
também uma escuta telefônica
encontrada em um dos apartamentos. No imóvel, a polícia encontrou relações de telefones de
transportadoras. Por isso, a força-tarefa acredita que a central era
usada por um grupo especializado em roubo de mercadorias.
Na esfera fiscal, os donos de
mercadorias devem receber multas e ter de recolher impostos que
podem chegar a R$ 1,5 milhão, segundo Clóvis Panzarini, da Secretaria de Estado da Fazenda.
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