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Protestos duram mais de 8 horas
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto os funcionários da prefeitura esvaziavam os depósitos clandestinos, centenas de camelôs promoviam manifestações violentas em diversas partes do
centro da cidade. Os protestos começaram às 10h30 e só terminaram por volta das 19h de ontem.
Segundo a própria Secretaria de Estado da Segurança, a reação dos camelôs foi "muito mais agressiva do que se imaginava".
Os camelôs reclamavam que estavam sendo "perseguidos" pela
polícia. "A maior parte do produto é legal, quase a metade é de artesanato", afirmou o camelô Júlio, que não quis dizer o sobrenome.
O primeiro tumulto do dia começou quando manifestantes depredaram dois ônibus, atirando pedras contra os veículos.
A confusão só diminuiu com a chegada de 20 policiais da cavalaria e outros 30 da tropa de choque da PM. Os camelôs atiraram pedras contra os PMs, que reagiram
com golpes de cassetete.
Já às 11h, cerca de 300 camelôs, segurando uma bandeira do Brasil de quase dez metros, percorreram diversas ruas do centro, exigindo que os lojistas fechassem as portas. Eles gritavam que queriam "apenas trabalhar".
Alguns lojistas reagiram com violência. Um camelô de 16 anos
foi baleado no quadril. O suspeito de ter atirado é o segurança de
uma loja de confecções, cujo dono foi agredido pelos manifestantes após o tiro. O rapaz foi medicado e passa bem.
A polícia registrou o caso, mas
não encontrou o suspeito.
Em pelo menos outras duas lojas, seguranças apontaram revólveres para os manifestantes e dispararam para o alto.
Em outros locais, funcionários
foram agredidos. Foi o caso de
Gilberto Maciel, 30, segurança de
uma papelaria. Ele levou socos no
rosto enquanto tentava fechar as
portas da loja. "Eles tomaram
conta de tudo, foi vandalismo."
Para o comerciante Geraldo
Sgobi, a ação dos camelôs pôde
ser comparada a um "toque de recolher". "Todas as lojas fecharam,
com medo." A assessoria de imprensa da PM disse que os casos
de saque foram isolados e que não houve falhas na ação.
(RE)
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