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ADMINISTRAÇÃO
Força-tarefa quer limitar ação de fornecedores; para promotor, não há como mexer em área sem haver "traumas"
Mais 40 depósitos são alvo de investigação
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais 40 depósitos de mercadorias ilegais são alvo de investigação e deverão enfrentar fiscalizações idênticas às feitas ontem no
centro de São Paulo, segundo integrantes da força-tarefa criada
pela Prefeitura de São Paulo.
Eles querem repetir, a exemplo
de ontem, ações para atacar os
fornecedores de mercadorias que
são comercializadas pelos ambulantes ilegais. Até então, a prefeitura atuava apenas na apreensão
de produtos que já estavam com
os camelôs.
Ontem, por exemplo, foram encontradas mercadorias que vão
de bijuterias e brinquedos a produtos eletrônicos e roupas. Foram
apreendidos também produtos
falsificados, como tênis.
"A forma adequada de combater o comércio ilegal de mercadorias não é correr atrás de camelôs,
de pessoas físicas, mas cortar as linhas de abastecimento", disse
Clóvis Panzarini, da Secretaria de
Estado da Fazenda, que participou da operação feita ontem.
Os locais e as datas das novas
fiscalizações não foram divulgados, já que o objetivo é surpreender os fornecedores.
Os depósitos, contudo, ficam
nas regiões da Sé, Pinheiros, Lapa
e Santo Amaro, área de atuação
da força-tarefa, como prevê decreto da prefeita Marta Suplicy
(PT).
Segundo o delegado Paulo Sergio Fleury, os locais foram identificados a partir de cruzamento de
dados da Delegacia de Propriedade Imaterial, criada há seis meses,
do Ministério Público Estadual e
da Prefeitura de São Paulo.
Avaliação
Hoje, a força-tarefa se reúne para avaliar os resultados da operação de ontem. De acordo com o
coordenador do grupo, Benedito
Mariano, os integrantes ficarão
em alerta para detectar novos
protestos de camelôs.
"Vou propor no nosso encontro
de amanhã [hoje" que fiquemos
alerta e possamos acionar um policiamento preventivo e ostensivo
se soubermos de novos protestos", disse Benedito Mariano.
Os camelôs legalizados da região da 25 de Março já diziam ontem temer novas represálias hoje
por parte dos vendedores clandestinos devido à apreensão das
mercadorias irregulares.
"Vou trabalhar amanhã [hoje"
com muito medo", disse a presidente do Sindicato dos Permissionários, Josefa Nogueira.
A entidade reúne 5.600 ambulantes de São Paulo com registro
na prefeitura. Segundo Josefa,
ambulantes ilegais se consideram
rivais dos legalizados.
Ela aprovou a operação de ontem da força-tarefa, mas pediu
que a fiscalização seja mantida.
"Achei a ação da prefeitura boa,
mas queria que houvesse mais fiscalização permanente lá, senão
volta tudo", disse.
O sindicato diz que apenas 270
ambulantes deveriam trabalhar
na rua 25 de Março, segundo normas da prefeitura. "Mas tem de
800 a mil trabalhando lá."
"Não há como mexer em uma
área dessas sem trauma", disse
ontem o promotor José Carlos
Blat, que integra a força-tarefa, sobre a reação de camelôs.
Ontem, a força-tarefa classificou como "incidente isolado" o
fato de um adolescente ter sido
baleado durante o protesto de camelôs na região da 25 de Março.
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