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SEGURANÇA
Em discurso durante a liberação de verbas para a área, o presidente afirma que a criminalidade é "inimiga" do país
FHC pede união contra a criminalidade
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem a união
de governo e oposição, em pleno
período eleitoral, para derrotar a
criminalidade, chamada de "inimigo" do país, e recuperar a sensação de segurança, item que considera a partir de agora, "número
1 na agenda nacional" até o fim de
seu mandato, em dezembro.
O presidente discursou durante
a cerimônia de liberação de R$
160 milhões do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública) para
os Estados e de assinatura de um
convênio com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) para a
criação de plantões de atendimento social em delegacias.
Estavam presentes 13 governadores, inclusive três de partidos
de oposição: Benedita da Silva
(PT-RJ), Ronaldo Lessa (PSB-AL)
e José Orcírio Miranda, o Zeca do
PT (MS).
"Acho que agora ou nós colocamos a questão da criminalidade,
do narcotráfico, do banditismo
em ordem, ou seja, ou conseguimos controlar o crescimento dessas forças e o Estado restabelece
sua autoridade sobre todas as partes do território nacional ou nós
teremos aí um problema que vai
minando nossa capacidade de Estado-nação, a crença na democracia", disse FHC, interrompido por
aplausos.
O presidente afirmou que não
"lavou as mãos" e que as críticas a
seu governo são "injustas".
"Mantivemos sempre abertos os
canais de diálogo e cooperação
com todas as esferas de poder
competentes, a sociedade civil e
também com a oposição", disse,
lembrando que chamou o presidenciável petista, Luiz Inácio Lula
da Silva, para conversar depois do
assassinato do prefeito de Santo
André, Celso Daniel.
"Assumiu tal proporções o desafio à lei e o desafio à tranquilidade das famílias , e à segurança individual, que isso passa a ser nš 1
na agenda nacional", disse.
As soluções, para ele, são a tolerância zero às infrações de todos
os graus, anunciada anteontem, e
melhor prevenção e repressão.
Mais especificamente, o presidente pediu que os policiais sejam
munidos da mesma tecnologia
que os bandidos demonstraram
ter, com uma central telefônica no
presídio Bangu 1, no Rio.
Verbas e controle
Até setembro deste ano, o governo pretende repassar um total
de R$ 338 milhões para os Estados
investirem em compra de equipamento, capacitação, intensificação do policiamento e implantação de polícias comunitárias.
Essa quantia é menor que o total
repassado em 2001: R$ 387 milhões. A meta original do plano
era investir R$ 500 milhões em
2002. Dos R$ 160 milhões liberados ontem, cerca de R$ 51 milhões
eram de convênios já assinados,
mas com verbas retidas.
Mas alguns compromissos do
governo com relação às verbas
não estão sendo cumpridos. O governo, por exemplo, não está
acompanhando os gastos em segurança dos governos estaduais,
que não poderiam diminuir.
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