São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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SEGURANÇA

Em discurso durante a liberação de verbas para a área, o presidente afirma que a criminalidade é "inimiga" do país

FHC pede união contra a criminalidade

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem a união de governo e oposição, em pleno período eleitoral, para derrotar a criminalidade, chamada de "inimigo" do país, e recuperar a sensação de segurança, item que considera a partir de agora, "número 1 na agenda nacional" até o fim de seu mandato, em dezembro.
O presidente discursou durante a cerimônia de liberação de R$ 160 milhões do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública) para os Estados e de assinatura de um convênio com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) para a criação de plantões de atendimento social em delegacias.
Estavam presentes 13 governadores, inclusive três de partidos de oposição: Benedita da Silva (PT-RJ), Ronaldo Lessa (PSB-AL) e José Orcírio Miranda, o Zeca do PT (MS).
"Acho que agora ou nós colocamos a questão da criminalidade, do narcotráfico, do banditismo em ordem, ou seja, ou conseguimos controlar o crescimento dessas forças e o Estado restabelece sua autoridade sobre todas as partes do território nacional ou nós teremos aí um problema que vai minando nossa capacidade de Estado-nação, a crença na democracia", disse FHC, interrompido por aplausos.
O presidente afirmou que não "lavou as mãos" e que as críticas a seu governo são "injustas". "Mantivemos sempre abertos os canais de diálogo e cooperação com todas as esferas de poder competentes, a sociedade civil e também com a oposição", disse, lembrando que chamou o presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, para conversar depois do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel.
"Assumiu tal proporções o desafio à lei e o desafio à tranquilidade das famílias , e à segurança individual, que isso passa a ser nš 1 na agenda nacional", disse.
As soluções, para ele, são a tolerância zero às infrações de todos os graus, anunciada anteontem, e melhor prevenção e repressão.
Mais especificamente, o presidente pediu que os policiais sejam munidos da mesma tecnologia que os bandidos demonstraram ter, com uma central telefônica no presídio Bangu 1, no Rio.

Verbas e controle
Até setembro deste ano, o governo pretende repassar um total de R$ 338 milhões para os Estados investirem em compra de equipamento, capacitação, intensificação do policiamento e implantação de polícias comunitárias.
Essa quantia é menor que o total repassado em 2001: R$ 387 milhões. A meta original do plano era investir R$ 500 milhões em 2002. Dos R$ 160 milhões liberados ontem, cerca de R$ 51 milhões eram de convênios já assinados, mas com verbas retidas.
Mas alguns compromissos do governo com relação às verbas não estão sendo cumpridos. O governo, por exemplo, não está acompanhando os gastos em segurança dos governos estaduais, que não poderiam diminuir.



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