São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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SEGURANÇA

Governadora diz que o Ministério Público usou dados da polícia do Rio, como números de celulares, na ação em Bangu

Benedita volta a criticar ação da Promotoria

DA SUCURSAL DO RIO

Em mais um capítulo do bate-boca sobre a operação em Bangu 1, a governadora Benedita da Silva (PT) disse ontem que o Ministério Público usou informações da polícia do Rio.
"Quem passou os dados, informações com relação aos celulares, de que era preciso fazer um rastreamento, foi a nossa polícia. O que estranhamos é que eles não tenham autorizado o nosso rastreamento e tenham feito sem nos avisar", disse ela.
A Secretaria da Segurança informou que o serviço de inteligência obteve os números dos celulares e estava investigando o caso. Daí a irritação quando o Ministério Público estourou a operação usando as gravações da Polícia Federal.
O Ministério Público reagiu com uma nota oficial em que o procurador-geral de Justiça do Rio, José Muiños Piñeiro Filho, defende a atuação dos promotores e assume as responsabilidades pelo resultado da operação.
A nota diz que o órgão não deixará de combater a criminalidade e que "divergências ou mal-entendidos" entre autoridades não inibirão a ação dos promotores.
Outra polêmica foi o fato de os promotores não terem permitido a entrada na prisão do secretário de Justiça, Paulo Saboya, a quem o sistema penal está subordinado. Segundo o procurador, houve preocupação com sua integridade física. A nota afirma ainda que as declarações da governadora e do secretário adjetivando de "política" a ação resultaram de "natural tensão e desconhecimento" do que se passava em Bangu 1.

Conexão
A polícia paulista abriu inquérito para investigar as informações do grampo do Rio sobre a ligação de criminosos dos dois Estados.
O delegado Rui Ferraz Fontes, da força-tarefa que investiga o PCC, foi ao Rio, anteontem, buscar informações.
Ontem, o traficante Leomar de Oliveira Barbosa, preso em São Paulo e que foi flagrado conversando com Fernandinho Beira-Mar, negou-se a falar à polícia.


Colaborou a Reportagem Local

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