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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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VIOLÊNCIA

Perseguição ao militar ocorreu às 6h30, na zona norte; para polícia, criminosos queriam apenas roubar o carro

Capitão é caçado por 4 km e morto no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O capitão-médico do Exército José Luiz Menezes Costa, 40, foi assassinado com cinco tiros de fuzil e pistola no início da manhã de ontem, na avenida Automóvel Clube, em Inhaúma, bairro da zona norte do Rio de Janeiro.
Ele estava em seu carro, um Volks Bora verde, e foi perseguido por cerca de quatro quilômetros por um Kadett com três pessoas armadas com fuzil e pistola. Um dos perseguidores estava encapuzado. A Polícia Civil sustenta a hipótese de que o militar possa ter sido vítima de tentativa de assalto.
O crime ocorreu por volta das 6h30. Costa, que era neurocirurgião, saíra de casa, em Vila Valqueire (zona norte), para realizar uma cirurgia marcada para as 7h no Hospital Central do Exército (Benfica, zona norte).
Segundo a polícia, quando ele estava no bairro de Tomás Coelho (zona norte), foi abordado pelos ocupantes do Kadett, que anunciaram o assalto. O militar arrancou com o carro e passou a ser perseguido pelos criminosos, que disparavam vários tiros.
Na avenida Automóvel Clube, os ocupantes do Kadett deram mais cinco tiros- quatro de fuzil e um de pistola-, que perfuraram a traseira do Bora e atingiram a cabeça e as costas do militar.
Baleado, Costa perdeu o controle do veículo e bateu em uma Parati que passava pelo local. Desgovernado, o carro atravessou para outra pista da avenida e colidiu de frente com um ônibus. O capitão morreu na hora.
Responsável pelas investigações, o delegado Túlio Pelozi disse acreditar que Costa tenha sido vítima de tentativa de assalto, mesmo com o fato de a vítima ter sido perseguida. A única pista que o leva a acreditar nisso foram depoimentos de familiares e amigos do militar, que disseram que ele não tinha inimigos. "Pelo que ouvi, a vítima era uma boa pessoa e um excelente profissional", afirmou.
Questionado sobre a insistência dos ocupantes do Kadett, o delegado afirmou que isso se deveu ao fato de as ruas estarem desertas. "Eles não atiraram para matar", declarou ele. Pelozi disse ainda não ter pistas dos assassinos.

Exército pede ajuda à PM
Em São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio, o Exército pediu auxílio à Polícia Militar, após ataques de traficantes ao 3º Batalhão de Infantaria.
As agressões começaram no dia 5, quando tiros foram disparados contra o quartel, possivelmente do vizinho morro do Martins. Por causa do ataque, o Exército pediu à PM do Rio no dia seguinte que aumentasse o patrulhamento nas imediações do 3º Batalhão.
A revelação do primeiro ataque do tráfico ao quartel foi feita ontem à Folha pelo Centro de Comunicação Social do Exército. Apesar dos tiros e do posterior pedido de ajuda, nem a PM nem o Exército conseguiram evitar o furto de munição, ocorrido no dia 12 deste mês, e a tentativa de invasão do quartel, na última quarta.
Na quinta-feira da semana passada, foram roubados do paiol do 3º Batalhão mil cartuchos de fuzil calibre 762 e cem balas para pistola calibre 9 milímetros. O furto foi descoberto no domingo. Três dias depois, integrantes de uma quadrilha tentaram invadir o quartel, durante a madrugada. Os militares reagiram e pediram ajuda à PM. O tiroteio durou quatro horas, mas não houve feridos.
De acordo com o Exército, o primeiro pedido de ajuda partiu do comando da 2ª Brigada de Infantaria, ao qual o 3º Batalhão está subordinado. (MARIO HUGO MONKEN e SERGIO TORRES)


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