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VIOLÊNCIA
Perseguição ao militar ocorreu às 6h30, na zona norte; para polícia, criminosos queriam apenas roubar o carro
Capitão é caçado por 4 km e morto no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O capitão-médico do Exército
José Luiz Menezes Costa, 40, foi
assassinado com cinco tiros de fuzil e pistola no início da manhã de
ontem, na avenida Automóvel
Clube, em Inhaúma, bairro da zona norte do Rio de Janeiro.
Ele estava em seu carro, um
Volks Bora verde, e foi perseguido
por cerca de quatro quilômetros
por um Kadett com três pessoas
armadas com fuzil e pistola. Um
dos perseguidores estava encapuzado. A Polícia Civil sustenta a hipótese de que o militar possa ter
sido vítima de tentativa de assalto.
O crime ocorreu por volta das
6h30. Costa, que era neurocirurgião, saíra de casa, em Vila Valqueire (zona norte), para realizar
uma cirurgia marcada para as 7h
no Hospital Central do Exército
(Benfica, zona norte).
Segundo a polícia, quando ele
estava no bairro de Tomás Coelho
(zona norte), foi abordado pelos
ocupantes do Kadett, que anunciaram o assalto. O militar arrancou com o carro e passou a ser
perseguido pelos criminosos, que
disparavam vários tiros.
Na avenida Automóvel Clube,
os ocupantes do Kadett deram
mais cinco tiros- quatro de fuzil
e um de pistola-, que perfuraram a traseira do Bora e atingiram
a cabeça e as costas do militar.
Baleado, Costa perdeu o controle do veículo e bateu em uma Parati que passava pelo local. Desgovernado, o carro atravessou para
outra pista da avenida e colidiu de
frente com um ônibus. O capitão
morreu na hora.
Responsável pelas investigações, o delegado Túlio Pelozi disse
acreditar que Costa tenha sido vítima de tentativa de assalto, mesmo com o fato de a vítima ter sido
perseguida. A única pista que o leva a acreditar nisso foram depoimentos de familiares e amigos do
militar, que disseram que ele não
tinha inimigos. "Pelo que ouvi, a
vítima era uma boa pessoa e um
excelente profissional", afirmou.
Questionado sobre a insistência
dos ocupantes do Kadett, o delegado afirmou que isso se deveu ao
fato de as ruas estarem desertas.
"Eles não atiraram para matar",
declarou ele. Pelozi disse ainda
não ter pistas dos assassinos.
Exército pede ajuda à PM
Em São Gonçalo, município na
região metropolitana do Rio, o
Exército pediu auxílio à Polícia
Militar, após ataques de traficantes ao 3º Batalhão de Infantaria.
As agressões começaram no dia
5, quando tiros foram disparados
contra o quartel, possivelmente
do vizinho morro do Martins. Por
causa do ataque, o Exército pediu
à PM do Rio no dia seguinte que
aumentasse o patrulhamento nas
imediações do 3º Batalhão.
A revelação do primeiro ataque
do tráfico ao quartel foi feita ontem à Folha pelo Centro de Comunicação Social do Exército.
Apesar dos tiros e do posterior
pedido de ajuda, nem a PM nem o
Exército conseguiram evitar o
furto de munição, ocorrido no dia
12 deste mês, e a tentativa de invasão do quartel, na última quarta.
Na quinta-feira da semana passada, foram roubados do paiol do
3º Batalhão mil cartuchos de fuzil
calibre 762 e cem balas para pistola calibre 9 milímetros. O furto foi
descoberto no domingo. Três dias
depois, integrantes de uma quadrilha tentaram invadir o quartel,
durante a madrugada. Os militares reagiram e pediram ajuda à
PM. O tiroteio durou quatro horas, mas não houve feridos.
De acordo com o Exército, o
primeiro pedido de ajuda partiu
do comando da 2ª Brigada de Infantaria, ao qual o 3º Batalhão está
subordinado.
(MARIO HUGO MONKEN e SERGIO TORRES)
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