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AR-CONDICIONADO
Aparelho terá
de permitir
limpeza
periódica
RENATA GIRALDI
da Sucursal de Brasília
Os aparelhos de ar condicionado
do país terão de ser instalados de
forma a permitir uma limpeza periódica da área central. Além disso, é necessário que haja recirculação do ar, de acordo com o estabelecido pela OMS (Organização
Mundial de Saúde).
Até o final da semana que vem,
os integrantes da comissão da Secretaria de Vigilância Sanitária
que vai estabelecer as regras de
funcionamento, limpeza e fiscalização dos aparelhos concluem o
texto final da portaria.
A OMS adverte sobre a ocorrência da chamada "Síndrome dos
Edifícios Doentes", que consiste
no surgimento de sintomas comuns à população submetida a
microorganismos presentes nos
sistemas de ar condicionado.
Segundo a organização, os problemas mais comuns adquiridos
por causa dos microorganismos
são irritação nos olhos, alergias diversas, pigarro, coriza e dificuldade para respirar.
O Ministério da Saúde não dispõe de dados sobre a contaminação nem a frequência com que
ocorrem os problemas.
A ordem para estabelecer regras
sobre o funcionamento dos aparelhos de ar condicionado foi do ministro da Saúde, José Serra.
Ele atendeu às sugestões da equipe médica que tratou de seu amigo
Sérgio Motta, morto em abril deste ano.
Segundo os médicos, o ar-condicionado foi responsável pelo agravamento da saúde de Motta.
Na ocasião, Serra classificou os
sistemas de ar condicionado "como verdadeiras bombas de propagação de infecção". Segundo ele, a
falta de regulamentação estimula
o surgimento de uma "fábrica de
doenças e de mal-estar".
A determinação dele fez com
que a Secretaria de Vigilância Sanitária elaborasse uma portaria estabelecendo prazo de um mês para
que o público apresentasse sugestões para definir as regras.
Limpeza e fiscalização
A portaria irá determinar que o
ar-condicionado central dos sistemas deverá ser instalado de forma
que a limpeza periódica (não há
ainda definição do tempo) seja
acompanhada por fiscais.
Hoje, os aparelhos são instalados de uma maneira que apenas
robôs têm condições de vistoriá-los. A idéia não é refazer os que
estão prontos, mas adaptá-los.
A recirculação do ar, feita pelos
sistemas, é outra preocupação.
Em geral, a maior incidência de
contaminação ocorre devido às
impurezas, frequentes nesta etapa.
A portaria pretende fixar regras
de filtragem semelhantes às estabelecidas para os aparelhos instalados em hospitais e centros de
produção de alimentos.
Neles, o ar é reciclado em apenas
uma ou duas etapas e são utilizados filtros absolutos, que impedem a passagem de partículas.
A fiscalização dos sistemas será
feita em conjunto pela Secretaria
de Vigilância Sanitária, entidades
ligadas ao meio ambiente, delegacias do trabalho, empresas de fabricação, limpeza e manutenção
de aparelhos de ar condicionado.
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