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BARRACAS EM XEQUE
Moradores da região escolherão se feirantes continuarão a oferecer produtos na rua Martim Francisco
Voto define futuro de feira em Higienópolis
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A exemplo do referendo que determinará se as armas de fogo podem ou não ser comercializadas
no Brasil, a Subprefeitura da Sé
realizará em agosto uma consulta
popular. Na pauta, os eleitores do
bairro de Higienópolis, no centro
de São Paulo, poderão dizer "sim"
ou "não" à feira que acontece às
quintas na rua Martim Francisco.
De acordo com a região eleitoral
onde se localiza a via, estão aptos a
votar 174.407 pessoas -a presença é facultativa.
O subprefeito da Sé, Andrea
Matarazzo, já se encontrou com o
presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Álvaro Lazzarini, e pediu auxílio para promover
o que chamou de "plebiscito não
oficial". "Essa é a melhor forma de
decidir para que a feira fique em
ordem", disse Matarazzo.
A votação deve acontecer no
primeiro ou segundo sábado do
mês de agosto, entre as 9h e as
16h. "Preciso dar tempo para o
pessoal voltar das férias."
A feira da rua Martim Francisco
foi extinta por meio de uma portaria em fevereiro deste ano, mas
continuou em funcionamento
porque muitos moradores requisitaram. Dentre os problemas
apontados pelos que se opõem à
feira está a sujeira ocasionada pela
água que escorre das barracas.
Outro empecilho é a largura da
rua, que não teria estrutura para
acomodar os caminhões.
As urnas empregadas não poderão ser as eletrônicas, que já estão
reservadas para a realização do
referendo sobre as armas do dia
23 de outubro. Por isso, o tribunal
deve oferecer as urnas de lona antigas. Matarazzo ainda espera
contar com as listas oficiais de
eleitores da região.
"Eu não vejo outra forma de fazer sem ser com as listas do TRE",
afirmou ele. "Quem vota em Higienópolis e não é morador da
área não vai ter o menor interesse
em votar", explicou.
De acordo com o subprefeito da
Sé, deve ser escolhido um colégio
da área e voluntários para organizar os eleitores. "Precisamos ainda de fiscais dos grupos que são
contra e a favor da feira", acrescentou. Ele ainda afirma que será
proibido afixar faixas e cartazes
durante a campanha.
As redondezas da rua Martim
Francisco pertencem à 2ª zona
eleitoral, nomeada como Perdizes. Segundo a última atualização
do TRE, de setembro de 2004,
existem 174.407 eleitores aptos a
votar. A zona está dividida em 37
locais de votação e 403 sessões.
Dentre os moradores, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é um dos que poderão decidir entre a permanência
ou retirada da feira. Nas eleições
passadas, ele foi ao Colégio Nossa
Senhora do Sion escolher seus
candidatos a prefeito e vereador.
"E nós vamos pedir para ele votar", brincou o subprefeito.
A idéia, de acordo com Matarazzo, partiu do prefeito José Serra (PSDB), depois de observar a
celeuma que a retirada da feira
provocou no bairro, com repercussão na mídia.
"Quando o subprefeito suspendeu a feira, veio gente reclamando
que queria a feira. E os que não
queriam não falaram nada. Aí,
voltou a feira e os que queriam
não reclamaram. A gente fica
sempre no pior dos mundos",
afirmou Serra.
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