São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

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Surfista ficou 1 mês no país sem saber de sarampo

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

Campeão do circuito mundial de surfe do WQS (World Qualifying Series) -segunda divisão do esporte mundial- em 1998, Fabio Gouveia, 36, que mora em Florianópolis (SC) com a mulher e os três filhos, é o surfista infectado com sarampo que trouxe a doença ao Brasil no mês passado.
Ele chegou ao Brasil no dia 13 de junho, e o sarampo só foi confirmado em 18 de julho. Normalmente, o doente continua transmitindo o sarampo quatro dias antes e quatro dias depois de surgirem erupções na pele, sintoma da doença.
Além dele, seu filho Ian, 13, e um empresário de 38 anos - também de Florianópolis- que esteve no mesmo avião usado por Gouveia, foram contaminados.
Em entrevista à Folha, o paraibano, 41º no ranking do WQS, disse que voltou da 13ª etapa, nas Ilhas Maldivas, "meio adoentado", mas jamais pensou que pudesse ter sarampo.
Passou por São Paulo e foi para casa. Um dia depois, estava na Bahia para a etapa seguinte do circuito, na Costa do Sauípe.
Gouveia, que acumula títulos como o Brasileiro de 1998 e o Mundial Amador de 1988, disse que, com a doença, mal conseguia se equilibrar na prancha. "Não consegui pegar onda, não tinha força", lembra.
"Voltei bem ruim da Bahia. Fui ao hospital e fiz exames. Deu leptospirose. No segundo exame, já deu negativo. Só fui saber que tive sarampo há pouco."

Suspeita de dengue
Gouveia conta que chegou a procurar um posto de saúde pensando ter dengue. "É aquela coisa de surfista. É difícil uma doença derrubar a galera. Como eu achava que estava gripado, pensei que não teria problema. Mas, quando botei o pé na água, vi que estava mal. Lá [na Bahia] é quente, e eu estava morrendo de frio, até com roupa de borracha."
Ele diz que sabe que pegou sarampo no avião ou nas Ilhas Maldivas. "Passei 14 dias no lugar e só no dia em que eu fui embora é que comecei a sentir [sintomas]."
A Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina ainda estuda como o filho dele contraiu a enfermidade. Segundo Gouveia, as três crianças, assim como sua mulher, Elka, tomaram a vacina.
O surfista, que ficou três dias na Bahia, afirma ainda que durante o período em que esteve doente não freqüentou lugares públicos.
O Ministério da Saúde afirma que só haverá vacinação na Bahia, no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo, por onde Gouveia passou, se for notificado algum caso.


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