|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Manchas e irritações na pele motivaram a medida;
a suspeita é que não tenha sido utilizada hena apropriada
Após reclamações, Porto Seguro proíbe tatuagem temporária
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
A Prefeitura de Porto Seguro
proibiu que sejam feitas tatuagens
temporárias na cidade do sul da
Bahia, onde a atividade dos tatuadores ambulantes é muito disseminada ao longo da orla e na passarela do Álcool, ponto de agito
no centro.
A decisão foi tomada, pois, nos
últimos seis meses, cerca de 60
pessoas buscaram atendimento
em postos de saúde com irritações ou manchas na pele, segundo o secretário Eudes Faria (Saúde). A suspeita é que tenha sido
usada substância diferente da hena adotada nos desenhos na pele.
A proibição é resultado de uma
portaria baixada pela prefeitura
no último dia 14 e publicada quatro dias depois. Em comum, as
pessoas foram tatuadas com o
que seria hena -que, em estado
natural, é uma tintura extraída da
casca e folhas de um arbusto comum no Oriente.
Na portaria, o secretário justifica a proibição pela "falta de informação sobre a procedência e a
composição química da tinta".
Amostras estão sendo analisadas pela Vigilância Sanitária baiana. Ontem foram apreendidas
embalagens de tintura para cabelo com três tatuadores. Segundo
Faria, o uso desse tipo de tinta deve ter causado a reação alérgica.
A assessoria da Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária)
disse que não há no Brasil regulamentação para uso de hena em tatuagens, apenas para a composição de tinturas para cabelo.
O secretário da Saúde de Porto
Seguro disse que, nos próximos
30 dias, será lançada uma campanha de divulgação da proibição.
Ele afirmou haver possibilidade
de licenças especiais serem concedidas a tatuadores que comprovem usar hena em seus trabalhos.
Um levantamento da prefeitura
aponta aproximadamente 150 tatuadores no município. O preço
da aplicação varia de acordo com
o tipo e o tamanho: de R$ 5 a R$
30. A figura pode ficar sobre a pele
até 15 dias, caso seja retocada
-em média, dura dez dias.
Diego Nunes da Rocha, administrador da barraca Area Beach,
na praia de Taperapuan, apoiou a
decisão da secretaria. "Eles incomodam o turista. Chegam riscando o corpo e acabam obrigando o
turista a fazer o desenho", disse.
Tatuadores paulistas que usam
hena não vêem problema no produto. Segundo o tatuador Eddie,
29, uma possível irritação na pele
acontece quando a pessoa é alérgica a hena. "Tem que fazer um
teste antes pingando um pouco de
hena na mão da pessoa para ver se
fica irritada." Mesmo com o cuidado, ele contou que já teve caso
de cliente que reclamou de ter tido inflamação devido ao produto.
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Surfista ficou 1 mês no país sem saber de sarampo Próximo Texto: Panorâmica - Campinas: Três agentes penitenciários são baleados durante fuga Índice
|