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Júri condena 3 envolvidos no caso Liana
Penas chegaram a 177 anos de reclusão e incluíram crimes como seqüestro e estupro; casal de namorados foi morto em 2003
Condenação foi decidida por unanimidade pelo júri, composto por seis homens
e uma mulher; réus
ainda podem recorrer
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Eram quase três horas da
manhã quando os jurados, comovidos, pediram para abraçar
os pais do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé, assassinados em Embu-Guaçu em novembro de 2003. Eles tinham
acabado de condenar três dos
cinco acusados de seqüestrar e
ajudar a matar os estudantes,
que na época tinham 16 e 19
anos. Liana também foi violentada diversas vezes.
Antônio Caetano da Silva,
que ajudou os outros criminosos nos estupros e nos assassinatos -ele cedeu sua casa como cativeiro, fez a ronda da região e ainda assistiu a pelo menos oito estupros-, foi condenado a 124 anos de reclusão.
Mas vai cumprir no máximo
30, como previsto em lei.
Agnaldo Pires foi sentenciado a 47 anos e três meses de reclusão por estupro. O terceiro
acusado, Antônio Matias de
Barros, foi condenado a seis
anos de prisão por posse de arma, favorecimento pessoal e
cárcere privado.
Até a tarde, nenhum dos três
havia recorrido da sentença,
promulgada pela juíza Alena
Cotrim Bizzarro na Câmara
Municipal de Embu-Guaçu.
O advogado de Barros, Ricardo Casado, comemorou o resultado. "Fiquei satisfeito com a
pena e não vamos recorrer."
Seu cliente é o único que cumprirá a sentença em regime semi-aberto, já que ficou quase
três anos preso.
Além da pena de seis anos,
ele foi condenado a outra, de
um ano e nove meses, que, segundo o defensor, será transformada em multa.
Já o advogado de Pires, Armando Sampaio Rezende Júnior, aguarda a decisão de seu
cliente para saber se entrará
com recurso. "Ele tem o direito
de recorrer, mas, por enquanto,
não se manifestou", afirmou.
Mesmo que sua punição seja
mantida, Pires também deve ficar 30 anos na prisão, tempo
máximo permitido pela lei.
O advogado de Silva, Dorival
de Moraes, não retornou às ligações da Folha.
A condenação dos três réus
foi decidida por unanimidade
pelo júri, composto por seis homens e uma mulher. Eles votaram em 16 séries de quesitos
(havia uma série para cada acusação para cada réu), que somaram mais de 40 itens. No
fim do julgamento, que durou
dois dias, eles se solidarizaram
com a perda das famílias e alguns não contiveram o choro.
A assistente de acusação,
Carla Domênico, se emocionou. "Eles foram punidos com
o rigor da lei. Que sirvam de
exemplo para que barbaridades como esta não se repitam."
A juíza não falou com a imprensa e manteve todo o caso
sob segredo de Justiça. Nem os
nomes das testemunhas foram
divulgados. A promotora Helena Bonilha Toledo Leite disse
não saber se os condenados
irão recorrer. "Estou satisfeita
com a sentença de cada um.
Nosso trabalho valeu a pena."
O quarto acusado do crime,
Paulo Cézar Marques, o Pernambuco, que atirou em Felipe, entrou com recurso na Justiça e não foi julgado com os
outros. Já o menor acusado de
estuprar e matar Liana continua internado em uma unidade da Febem.
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