São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Natalidade caiu até entre menos escolarizados

DA SUCURSAL DO RIO

A PNDS (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde) foi realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento com recursos do Ministério da Saúde. Ela mostrou que, de 1996 a 2006, a taxa de fecundidade caiu de 2,5 para 1,8 filho por mulher.
A queda ocorreu mesmo entre as mulheres de menor escolaridade e até no setor rural, onde a média de filhos por mulher caiu de 3,5 para 2 no período.
A demógrafa Elza Berquó, coordenadora da pesquisa, explica que vários fatores contribuíram para essa diminuição.
Um deles foi o maior uso, especialmente por parte da população jovem, de preservativos.
Ela entende também como positiva a diversificação dos métodos contraceptivos, o que permitiu às mulheres ter mais opções antes de optar por métodos como a esterilização.
Outros aspectos citados por Berquó para analisar a queda da fecundidade foram a melhoria da escolaridade da mulher, sua maior participação no mercado de trabalho e a disseminação, principalmente por meio da TV, de um modelo de família menor, com novos padrões de consumo.
"Essas mulheres querem ter mais acesso aos bens anunciados, ao mesmo tempo em que desejam investir melhor na educação e na preparação dos filhos para a vida."

Um só
Elizabeth Silva, 28, Deyse Santos, 36, e Teresa Cristina Lemos, 37, além de terem os filhos na mesma creche (Irmãs Batista, em Copacabana, zona sul do Rio), têm também em comum a certeza de que um filho só é suficiente.
"As pessoas devem ter consciência de que só dá para ter mesmo um. Ter mais dá muito trabalho e não é possível dar a atenção devida", diz a vendedora Elizabeth.
Teresa Cristina, doméstica, afirma que seu primeiro e único filho foi planejado. Ela diz não enfrentar dificuldade para ter acesso, nos postos de saúde da prefeitura, ao DIU.
Já Deyse, que é corretora, optou pela camisinha para evitar a segunda gravidez. "Ter um segundo filho traria muitos custos".


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