São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

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Problema só passou a ser considerado nos anos 60

da Sucursal de Brasília

A violência doméstica só começou a ser considerada uma violação dos direitos individuais no fim dos anos 60, quase 12 anos depois da publicação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948. Até então, não havia nenhum tipo de serviço para atender às vítimas e os casos de punição eram raros, até mesmo nos países industrializados.
A evolução das denúncias de violência doméstica contra crianças nos EUA mostra bem como só a partir do fim dos anos 60 é que o problema se tornou "visível" para a sociedade.
Em 66, haviam sido encaminhadas aos serviços de proteção à infância entre 250 mil e 500 mil crianças vítimas de maus-tratos impostos pelos pais. Em 86, o número pulou para 1,2 milhão e, em 96, para 2,4 milhões.
A maior dificuldade em dar à violência doméstica o status de problema de saúde pública foi a resistência da sociedade em permitir que o Estado interferisse na vida familiar -atitude que ainda é muito forte nos países latino-americanos, segundo a avaliação da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Os maus-tratos tendem a ser considerados uma questão da vida privada e só despertam interesse quando a escalada da violência atinge seu ápice, ou seja, quando ocorre uma morte", diz o documento da ONU, que diagnostica a situação da violência intrafamiliar (ou doméstica) no Brasil.
Ainda de acordo com o documento, continua havendo resistência por parte dos pais em considerar crime o abuso físico imposto aos filhos. (DF)



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