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Problema só passou a ser considerado nos anos 60
da Sucursal de Brasília
A violência doméstica só começou a ser considerada uma violação dos direitos individuais no fim
dos anos 60, quase 12 anos depois
da publicação da Declaração Universal dos Direitos do Homem,
em 1948. Até então, não havia nenhum tipo de serviço para atender
às vítimas e os casos de punição
eram raros, até mesmo nos países
industrializados.
A evolução das denúncias de
violência doméstica contra crianças nos EUA mostra bem como só
a partir do fim dos anos 60 é que o
problema se tornou "visível" para a sociedade.
Em 66, haviam sido encaminhadas aos serviços de proteção à infância entre 250 mil e 500 mil
crianças vítimas de maus-tratos
impostos pelos pais. Em 86, o número pulou para 1,2 milhão e, em
96, para 2,4 milhões.
A maior dificuldade em dar à
violência doméstica o status de
problema de saúde pública foi a
resistência da sociedade em permitir que o Estado interferisse na
vida familiar -atitude que ainda é
muito forte nos países latino-americanos, segundo a avaliação da
ONU (Organização das Nações
Unidas).
"Os maus-tratos tendem a ser
considerados uma questão da vida
privada e só despertam interesse
quando a escalada da violência
atinge seu ápice, ou seja, quando
ocorre uma morte", diz o documento da ONU, que diagnostica a
situação da violência intrafamiliar
(ou doméstica) no Brasil.
Ainda de acordo com o documento, continua havendo resistência por parte dos pais em considerar crime o abuso físico imposto
aos filhos.
(DF)
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