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CRIME
Informação é do advogado do motoboy; polícia desconfia de que o acusado deixou o Paraguai e retornou ao Brasil
Suspeito de ser maníaco pode se entregar
MARCELO GODOY
da Reportagem Local
O motoboy Francisco de Assis
Pereira, 30, poderá se entregar à
polícia. Ele é principal suspeito de
ser o maníaco responsável pelo assassinato de seis mulheres no parque do Estado (zona sudeste de
São Paulo). A informação foi dada
ontem pelo advogado Ademar
Gomes, que defende o motoboy.
Gomes, que preside a Acrimesp
(Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo), disse que está analisando o caso e que decidirá com a família do
suspeito se ele deve se entregar.
"Ele (Francisco) está sendo
massacrado pela imprensa e pela
opinião pública. A família está
convencida de que ele é inocente", afirmou. Gomes não quis dizer quando ocorrerá a apresentação do seu cliente. Também não
disse onde Francisco está.
De acordo com ele, a mãe do
suspeito está disposta a fornecer
sangue a fim de que a polícia possa
fazer o exame de DNA para verificar se é de seu filho o líquido encontrado no corpo de Selma ferreira Queiroz, 18, uma das mulheres achadas mortas no parque.
Durante a tarde, Roque Pereira,
irmão do motoboy, prestou depoimento na equipe C-Sul do
DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
Ele disse acreditar na inocência
do irmão. Roque afirmou ainda
que, se o irmão é culpado, ele deve
receber tratamento médico. A
exemplo do advogado, ele negou
saber onde Francisco está.
O delegado Sérgio Alves, 35, que
chefia a apuração do caso, disse
acreditar que o suspeito tenha retornado ao Brasil. Francisco havia
sido visto pela última vez saindo
de um hotel em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na sexta-feira.
"Ele tinha somente, no bolso,
R$ 100, emprestados de um tio.
Por isso acreditamos que ele deve
ter retornado", disse Alves.
Namorado
Ontem, o delegado ouviu também o depoimento do auxiliar de
loja Rafael dos Santos Nery, 18,
que namorava a balconista Selma.
Rafael confirmou a informação
de que Selma pode ter assistido ao
jogo do Brasil contra a Dinamarca
no telão da avenida Paulista (centro) no dia em que desapareceu.
Ela havia ido fazer exames no departamento médico da empresa
em que trabalhava e havia dito ao
namorado que, caso saísse tarde
do exame, veria o jogo na avenida.
Segundo a polícia, a informação
é importante porque o motoboy
também foi assistir ao jogo nesse
telão. Francisco saiu da empresa
em que trabalhava no Brás e foi de
patins até a avenida Paulista.
O suspeito está com a prisão
temporária por 30 dias decretada
pela Justiça paulista.
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