São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

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Androcur falso foi usado para comprar carro

da Reportagem Local

No dia 19 de janeiro deste ano, o comerciante de carros usados Marcelo Gonçalves de Brito procurou a polícia em Santo André para apresentar 521 caixas de Androcur do lote 351, falso, que haviam sido deixadas com ele.
Brito contou à polícia que havia recebido as caixas do dono de farmácia Valdir Hipólito dos Santos como garantia de um cheque sem fundos que recebeu pela venda de um carro Peugeot.
Ouvido pela polícia, Santos afirmou que recebeu o remédio em outro negócio, que fez com um homem que conhecia como Élcio.
A partir daí, o delegado-titular do 1º DP de Santo André, Guerdson Ferreira, passou a investigar a rede de venda e revenda do Androcur do lote 351 em um inquérito de crime contra a saúde pública.
Em março, Ferreira soube da apreensão de Androcur do mesmo lote em Belo Horizonte.
O remédio havia sido distribuído pela Ação. O dono da Ação, José Celso de Castro, foi ouvido no inquérito em Santo André e disse que adquiriu o medicamento da Canaã, de Campinas.
O dono da Canaã, José Bueno Alves, também depôs no inquérito. Ele disse à polícia que tinha ficado sabendo que a Ação estava procurando adquirir 7.500 caixas de Androcur para participar de uma concorrência no Rio Grande do Sul, em novembro de 97.
Segundo o depoimento, Alves teria dito a Castro conhecer Élcio, que poderia disponibilizar uma grande quantidade do remédio a baixos preços.
Alves contou ainda que passou a comprar o remédio de Élcio para repassar à Ação. Ganhava, na transação, R$ 0,60 por caixa.
Segundo o depoimento, após algum tempo, José Celso de Castro e Élcio teriam passado a se conhecer e começado a fazer os negócios diretamente, sem a intermediação de Alves.
Isso foi negado por Castro no inquérito. No entanto, ele apresentou à polícia de Belo Horizonte notas de compra da Minister, empresa que era usada por Élcio para vender o remédio.
Através de fotografias de RGs mostradas aos donos das distribuidoras, a polícia chegou ao nome completo de Élcio.
O inquérito do 1º DP de Santo André ainda não foi concluído.



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