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Laboratório Merck
vai sofrer devassa
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A Secretaria de Saúde do Estado
do Rio e a Polícia Civil farão uma
megainspeção no laboratório
Merck. Marcada para a próxima
semana, a operação está sendo
planejada de modo reservado.
O Merck é o fabricante do complexo vitamínico Citoneurin 5000.
No início de junho, o laboratório
descobriu que estavam sendo vendidas no Rio amostras falsas do
produto.
A megainspeção será realizada
pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde e pela recém-criada
Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública da Polícia Civil.
Para o delegado Pedro Paulo Pinho, titular da delegacia, o laboratório pode ter responsabilidade no
caso da falsificação. "O Merck vai
sofrer uma verdadeira devassa,
como sofreu o laboratório Schering do Brasil", disse.
O diretor do Merck, Flávio Alves, afirmou que a empresa estará
à disposição da Vigilância Sanitária estadual. "Encaramos essa visita como perfeitamente normal.
As portas estão abertas, como
sempre estiveram. A empresa não
tem nada a esconder. Ninguém
precisará vir aqui acompanhado
de força policial", disse Alves.
De acordo com o delegado Pinho, a "devassa" consistirá na
inspeção de "todos os processos
laboratoriais" do Merck, além de
verificação dos estoques de produtos e de matérias-primas.
Pinho disse que, em princípio, a
falsificação ocorreu fora do laboratório. "Parece que foi uma coisa
externa, mas a participação de
funcionários não está descartada",
afirmou.
O diretor do Merck disse que
não acredita na conivência de empregados em um esquema de falsificação de medicamentos. Para
ele, os responsáveis pela falsificação integram um esquema criminoso bem organizado.
O diretor do laboratório disse
que aumentou o número de telefonemas de usuários de produtos
da empresa, temerosos de estarem
consumindo remédios falsos.
"Está todo mundo com medo
de comprar remédios. Muita gente
está ligando para saber como proceder", disse.
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