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SAÚDE
Casas de parto podem ajudar a diminuir os índices de mortalidade materna no país
Governo vai incentivar parto em casa
AURELIANO BIANCARELLI
enviado especial ao Amapá
O governo federal quer incentivar a criação das casas de parto
-que substituirão os hospitais-maternidades- e oferecer na
rede pública a opção pelo parto
domiciliar.
Significa que as mulheres, mesmo morando em grandes centros
urbanos, poderão recorrer a uma
parteira especializada e ter seu filho em casa, ao lado da família.
A intenção do governo foi reafirmada oficialmente no 1º Encontro
Internacional das Parteiras da Floresta, que termina hoje em Macapá, no Amapá.
No encontro, representantes do
Ministério da Saúde garantiram
que as parteiras tradicionais serão
cadastradas, treinadas e passarão
a receber por isso. O parto domiciliar já consta como procedimento
na tabela do SUS, mas o pagamento depende dos municípios e conselhos de Saúde.
O incentivo às casas de parto, ao
parto domiciliar e às parteiras é
um esforço para reduzir a mortalidade materna que, no Brasil, é de
134 por mil nascidos vivos.
"Significa 30 vezes mais que nos
países desenvolvidos", diz o médico Helvécio Bueno, da Secretaria
de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde.
A proposta do ministério vem ao
encontro das teses defendidas por
dezenas de entidades nacionais e
internacionais ligadas à saúde reprodutiva da mulher.
A colocação em prática dessas
medidas vai depender da pressão
dessas organizações. As casas de
parto, por exemplo, começam a
ser planejadas por algumas secretarias estaduais, como a de São
Paulo.
A idéia é a construção de locais
que lembrem mais casas do que
hospitais, e onde a gestante pode
estar com pessoas da família. No
caso do parto domiciliar, a proposta imediata é cadastrar as parteiras, treiná-las, equipá-las e oferecer a elas um pagamento por
procedimento.
A rede pública remuneraria os
partos das mulheres que, mesmo
tendo acesso a uma maternidade,
optassem por dar à luz em casa.
Os custos chegam a ser cinco vezes inferiores a um parto hospitalar e os riscos são menores tanto
para a mãe como para a criança.
Segundo dados da Organização
Mundial da Saúde, apenas entre
5% e 10% dos partos apresentam
algum complicação. As propostas
de humanização do parto têm o
apoio de entidades como a Federação Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia e a Sociedade Brasileira de Pediatria.
O jornalista
Aureliano Biancarelli viajou a convite do governo do Estado do Amapá, que promove Encontro de Parteiras da Floresta
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