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Porteiro acredita ter encontrado o pai
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A leitura das notícias de jornal
sobre a chacina ocorrida na madrugada de anteontem em São
Paulo despertou no porteiro Edmilson José de Oliveira, 36, a esperança de encontrar o pai, que não
vê desde que tinha sete anos.
A semelhança física entre o porteiro e Gaguinho, violentamente
agredido, surpreendeu os comerciantes da região onde o morador
de rua costumava ficar. O nome
atribuído a Gaguinho -José Manoel da Cruz- é, segundo Oliveira, o do pai desaparecido.
Informações sobre a vida de
ambos também coincidem. "Ele
[Gaguinho] dizia ter três filhos e
uma filha chamada Regina. Somos quatro irmãos lá em casa e
uma tem esse nome", disse Oliveira. "Ele também disse que vinha
da região de Guaianazes e nós
morávamos perto do bairro."
Oliveira esteve no Pronto-Socorro Ermelino Matarazzo, onde
está Gaguinho, mas, como a vítima estava em coma e com o rosto
inchado, não pôde ter certeza de
que era o pai. O morador de rua
foi achado sem documentos.
A rotina nas imediações da rua
Tabatingüera, onde dois homens
foram mortos, não se alterou na
madrugada de ontem. Segundo
taxistas do local, não houve mais
policiamento do que o normal.
Márcio Antônio Viana, 48, funcionário de uma clínica na rua,
disse que na noite seguinte à chacina um morador de rua dormiu
na calçada em frente ao local onde
Cosme Rodrigues Machado, 56,
foi achado morto.
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