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CARTÃO-POSTAL
Viveiro Manequinho Lopes, berçário de grande parte do verde que existe na cidade, será reaberto hoje
Aos 50, Ibirapuera reabre marco zero
DA REPORTAGEM LOCAL
No 50º aniversário do Ibirapuera, os paulistanos poderão conhecer o local em que o parque nasceu -o viveiro Manequinho Lopes. Com 48 mil m2, dez estufas e
32 quadras para plantio, o viveiro
é, ainda hoje, berçário de grande
parte do verde que existe na cidade: produz, anualmente, cerca de
800 mil mudas -de azaléias a pequenos arbustos-, todas para a
ornamentação de áreas públicas.
O local estará aberto à visitação
a partir das 13h de hoje. O passeio
é gratuito e fonoguiado -à medida que caminha pelo viveiro, o visitante vai aprendendo, por um
walkman, todo o processo de produção das mudas e os fatos mais
importantes da história do local,
que é tombado pelo Condephaat
e pelo Compresp (respectivamente, os conselhos estadual e municipal de defesa do patrimônio).
A origem do viveiro remonta
aos anos 20, quando Manoel Lopes de Oliveira, jornalista e entomologista (especialista em insetos), começou a plantar eucaliptos no local como uma forma de
drenar o solo. Até então, o Ibirapuera era uma várzea utilizada
como pastagem. Com Manequinho Lopes, o local passou a abrigar ipês, paus-brasil, plátanos,
paus-ferro e sibipirunas. Um
enorme ceboleiro, plantado pelo
próprio fundador, é um dos xodós de quem trabalha no local.
Nos anos 40, já batizado como
Manequinho Lopes, o viveiro era
um dos principais fornecedores
de hortaliças, plantas frutíferas e
ornamentais para toda a capital. E
foi em seu entorno que, em 1954,
devido às comemorações do
Quarto Centenário da cidade, que
o Ibirapuera foi criado, com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer e paisagístico de Roberto
Burle Marx.
Mata atlântica
Atualmente, o local também
abriga o projeto Coleção Viva,
voltado para a recuperação da
mata atlântica. Pesquisadores enviam ao viveiro exemplares de
plantas típicas da mata atlântica
para que ali elas sejam catalogadas, reproduzidas e espalhadas
nos parques da cidade.
O viveiro estava fechado para
visitações há três anos, devido a
problemas na instalação elétrica.
A reforma, paga pela iniciativa
privada, foi de R$ 155 mil e inclui
curiosidades como a restauração
de uma estufa que mantém o
mesmo modelo de quando foi
inaugurada.
Além da reabertura do viveiro, a
comemoração do aniversário do
parque contará com um show da
cantora Ivete Sangalo, na praça da
Paz, a partir das 18h30.
Até novembro, a prefeitura
também pretende reabrir o planetário, que está fechado desde 1999.
A inauguração do Museu Afro-Brasileiro está prevista para o próximo mês. O local abrigará cerca
de 700 peças do curador e artista
plástico Emanuel Araújo. O auditório, projetado por Niemeyer e
com capacidade para mais de 800
pessoas, será inaugurado em outubro, de acordo com a prefeitura.
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