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Metade das casas ainda não tem esgoto
Em 8 anos, passou de 33,5% para 45,7% o total de domicílios que dispõem da rede, segundo pesquisa do IBGE
Em 20% das moradias,
não há rede de água, e o
abastecimento é feito
por poços, caminhões-pipas ou "gatos"
VERENA FORNETTI
DO RIO
O número de domicílios do
país com acesso a rede de esgoto passou de 33,5% em
2000 para 45,7% em 2008.
Os dados estão na Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada ontem.
Quando a análise é feita
por municípios, a pesquisa
revela que um quinto das cidades despeja seu esgoto de
forma inadequada, em fossas sem tratamento, na água
ou a céu aberto.
Outras 27% lançam os dejetos em fossas sépticas (dispositivo do tipo câmara que é
isolado do solo e faz a filtragem do dejeto).
A existência de rede não
significa que haja tratamento. Em apenas 29% dos municípios, o esgoto coletado é
tratado, percentual que aumenta para 48% no Sudeste.
As cidades com tratamento, no entanto, são justamente as de maior porte, que concentram mais população.
O IBGE constatou também
a falta de rede pública de
água em 20% das moradias,
onde o abastecimento é feito
por poços, caminhões-pipas
ou "gatos". A necessidade de
racionar água existe em 25%
dos municípios do Norte e
40% do Nordeste.
LIXÕES
Outro tema da pesquisa é o
lixo. Metade das cidades usa
lixões a céu aberto, prática
que é crime ambiental.
Embora os percentuais negativos sejam altos, Luciano
Bastos, pesquisador da Coppe/UFRJ, afirma que os dados devem ser relativizados.
"Os municípios não produzem quantidades iguais
de lixo. Só 1% dos lixões estão em municípios com mais
de 100 mil habitantes", diz.
A mesma ponderação é feita por Antonio Tadeu de Oliveira, gerente da pesquisa do
IBGE, a respeito da rede de
esgoto. Ele cita municípios
da região Sul, em que a população se dedica à agricultura
familiar. "Não há escala para
o serviço. Algumas prefeituras, então, fornecem a fossa
séptica para as famílias."
Mas há cidades de médio
porte com o problema. Teresópolis (RJ), com 160 mil habitantes, não tem rede de esgoto. Nos bairros pobres, os
dejetos são lançados diretamente no rio. Em condomínios, com fossas sépticas.
Colaborou ANTÔNIO GOIS
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