São Paulo, Sábado, 21 de Agosto de 1999
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SISTEMA PRISIONAL
Enfermaria do presídio é reformada e ampliada
Casa de Detenção de SP ganha reforço no atendimento médico

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

A Secretaria da Administração Penitenciária e o hospital do Mandaqui assinaram ontem convênio de cooperação para reforçar o atendimento médico aos cerca de 7.000 presos da Casa de Detenção de São Paulo.
O objetivo do acordo é proporcionar aos presos que necessitem de atendimento médico simples, como suturas, inalações ou cirurgias com anestesia local, ser atendidos na enfermaria da cadeia -que foi reformada e ampliada.
O atual quadro de profissionais de saúde que trabalham na enfermaria da Casa de Detenção foi aumentado em até cinco vezes.
Os sete médicos que hoje trabalham no presídio receberão reforço de outros 20 colegas. A enfermaria, que atualmente tem seis auxiliares de enfermagem, passará a ter 36. Os dois enfermeiros da cadeia terão apoio de outros dez.
Segundo o secretário da Administração Penitenciária, João Benedicto de Azevedo Marques, o programa, além de oferecer tratamento mais rápido e melhor ao preso, vai "dificultar os resgates". Até ontem, os detentos doentes eram levados ao hospital do Mandaqui, facilitando as fugas.
O secretário informou que a partir do próximo dia 25 a nova equipe médica vai fazer um "mapeamento" dos casos de tuberculose no presídio. Segundo Paulo Sampaio, diretor de saúde do sistema penitenciário de São Paulo, atualmente há 114 casos diagnosticados de tuberculose na Casa de Detenção.
Nádia Balduino Romariz, diretora do hospital do Mandaqui (zona norte), disse que no dia 8 de setembro terá início um mutirão para detectar os tipos de doença que atingem os detentos da prisão. A triagem levará 45 dias.
O novo atendimento médico na Casa de Detenção funcionará todos os dias durante 12 horas.
Azevedo Marques disse que o projeto também prevê a informatização dos prontuários médicos dos detentos. "Esse é um projeto piloto que pretendemos estender para outros presídios", afirmou.
O convênio cria ainda um curso de auxiliar de enfermagem para presos que quiserem se especializar nessa área. O curso tem duração de dez meses.
O secretário Azevedo Marques confirmou que a Casa de Detenção não será desativada este ano, conforme o previsto.
"Há uma impossibilidade matemática, em razão da falta de vagas. Não contávamos com o crescimento da criminalidade", disse o secretário.


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