São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2001

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SAÚDE 1

Glivec, que passará a custar US$ 1.620 por mês, será distribuído gratuitamente na rede do SUS já na próxima semana

Preço de remédio para leucemia cai 32%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde e o laboratório Novartis acertaram uma diminuição de 32,5% no preço do medicamento Glivec, utilizado no tratamento da LMC (leucemia mielóide crônica). A partir da semana que vem, portanto, o governo federal passará a fornecer o remédio gratuitamente na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Glivec é um medicamento novo e que vem se revelando promissor no tratamento desse tipo de leucemia -uma espécie de câncer na medula óssea. Desde o início do ano, o ministro da Saúde, José Serra, vinha negociando a redução de preço. O custo agora passa de US$ 2.400 para US$ 1.620 por paciente por mês.
Em Fortaleza, onde inaugurou um hospital, o ministro comemorou o resultado da negociação, segundo sua assessoria, lembrando que o preço anterior impossibilitava o atendimento à população.
Além da redução do custo, também foi negociado um fornecimento gratuito do medicamento pelo laboratório para 250 pacientes até março de 2002. No Brasil, existem 1.558 pacientes com LMC sendo tratados pela rede pública de saúde, mas há indicação do Glivec para apenas 380 pessoas. O ministério vai gastar por ano pouco mais de US$ 8,2 milhões.
A cura para a leucemia mielóide crônica é o transplante de medula, porém o Glivec deve melhorar as condições de saúde de 294 pacientes que ainda estão na fase inicial da doença e de outros 86 já em fase avançada.
Ainda na semana que vem, será publicado o registro da droga, permitindo a comercialização do medicamento na rede privada.
No mês passado, Serra conseguiu negociar com o laboratório Roche a redução do preço do princípio ativo nelfinavir, um dos 12 medicamentos que compõem o coquetel anti-Aids. A negociação só foi acertada depois de o ministro ter ameaçado quebrar a patente do medicamento.

Congelamento
Outra medida que beneficiou José Serra, apontado como um dos presidenciáveis do PSDB para 2002, foi o congelamento dos preços dos medicamentos, por meio de uma medida provisória, até dezembro do próximo ano.
O controle de preços iria somente até dezembro deste ano. De acordo com as regras editadas na MP assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, será autorizado um reajuste dos remédios em janeiro próximo, em índice ainda não definido, e em seguida os preços voltam a ficar congelados até dezembro.


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