São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2001

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EDUCAÇÃO

Sala no 1º andar deixa aluna três anos sem aula

Prefeitura terá de construir elevador para permitir o acesso de deficiente

DA REPORTAGEM LOCAL

Por determinação do Ministério Público Estadual, a Secretaria Municipal da Educação de São Paulo deverá se responsabilizar pela construção de um elevador para possibilitar o acesso de deficientes físicos às salas de aula da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Vereadora Anna Lamberga Zeglio, em Cidade Tiradentes, zona leste de SP.
A solicitação partiu do pai da adolescente Juliana da Silva, 16. Há três anos ela precisou parar de estudar na escola.
Até os 13 anos, Juliana, que precisa utilizar uma cadeira de rodas para se locomover, conseguiu estudar graças à dedicação de sua mãe, que a carregava nos braços até a sala de aula, localizada no primeiro andar do prédio.
Com o crescimento da adolescente, no entanto, não foi mais possível carregá-la, e Juliana precisou parar de frequentar a escola. Inconformado, seu pai, Luis Pedro Silva, encaminhou para Brasília uma carta contando a situação, que foi parar nas mãos do deputado Orlando Fantazzini (PT). O deputado repassou o caso ao Ministério Público de São Paulo.
Ao investigar o assunto, o promotor Vidal Serrano Nunes Júnior descobriu outras quatro crianças portadoras de deficiência na escola. "A diretora vinha pedindo providências desde 1997", disse Nunes Júnior.
"Eles [representantes da secretaria" vieram à escola, fizeram vistoria e mandaram aguardar", afirmou a diretora da Emef, Filomena Pereira da Costa.
Segundo ela, Juliana já voltou às aulas, na quinta série do supletivo noturno, em uma sala que foi construída especialmente para esse fim no térreo. O início das obras para a instalação do elevador, de acordo com Filomena, está previsto para março de 2002.
Nunes Júnior diz que é possível repetir o acordo conseguido com a Emef Vereadora Anna Lamberga Zeglio. "Apontando caso a caso, fica mais fácil ganhar a causa".
A Secretaria da Educação foi procurada ontem, mas não ligou de volta. Reclamações podem ser feitas pelo tel. 0/xx/11/3119-9078 ou pessoalmente, na r. Riachuelo, 115, primeiro andar, sala 32.



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