São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2001

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CRIME EM CAMPINAS

Secretaria da Segurança Pública autoriza entrada de policiais da capital no inquérito sobre a morte de prefeito

Polícia paulistana vai ajudar na investigação

CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

O secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Mário Papaterra Limongi, anunciou ontem que será criada uma "força-tarefa" com as polícias de Campinas e de São Paulo para ampliar as investigações sobre o assassinato do prefeito de Campinas (95 km de São Paulo) Antonio da Costa Santos.
Toninho, como era conhecido o prefeito, foi assassinado na noite do último dia 10 com um tiro no ombro, dentro de seu carro, um Palio. Ele deixava o Shopping Iguatemi, onde havia buscado uma encomenda.
Até ontem, a apuração do crime estava sendo feita por cinco delegados e 14 investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), do setor de Homicídios e da Delegacia Seccional de Campinas. Para ter mais tranquilidade na condução dos trabalhos, o delegado-seccional de Campinas, Osmar Porcelli, decretou ontem sigilo de inquérito no caso.
Limongi tomou a decisão após receber um documento de deputados apelando pela entrada do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) no caso e pela agilização dos laudos periciais que estão sendo feitos.
O documento, que foi assinado pelos deputados da região Renato Simões (PT), Célia Leão (PSDB), Petterson Prado (PPS) e Carlos Sampaio (PSDB), contou com a adesão de líderes de cinco bancadas na Assembléia paulista -PT, PC do B, PSDB, PSB e PDT.
Segundo o deputado Renato Simões, a Assembléia Legislativa irá cobrar hoje da secretaria a divulgação das medidas específicas que comporão a força-tarefa.
Limongi afirmou aos deputados que entraria em contato com a polícia de Campinas, com o DHPP e com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) até o final da tarde de ontem para acertar de que forma será realizada a ação conjunta da polícia.
"Entendemos na Assembléia que um reforço nas investigações é essencial, pois, apesar de o empenho ser grande, os resultados ainda são pequenos. A polícia campineira está trabalhando, mas precisa de mais recursos físicos e humanos", afirmou Simões.
A carta de reivindicações dos deputados foi entregue a Limongi pelos deputados Renato Simões e Célia Leão e pelos líderes do PT e PC do B na Assembléia, deputados Carlinhos Almeida e Jamil Murad, respectivamente.
"O secretário-adjunto reconheceu que, geralmente, uma equipe especial de homicídios é encaminhada para auxiliar as polícias quando um caso como o de Toninho demora mais de 15 dias para ser resolvido", afirmou Célia.
Porcelli disse que não havia recebido, até as 18h de ontem, nenhuma orientação sobre a formação da força-tarefa.
"Falei com o Limongi às 11h30 e nada me foi informado", afirmou. O delegado-seccional, no entanto, disse que, se o Estado decidir por ampliar a equipe de investigações, a decisão será acatada.
Ontem, foram completados dez dias das investigações sobre o assassinato de Toninho. Pelo menos 21 pessoas já foram ouvidas pela polícia da cidade, entre elas a viúva do prefeito, Roseana Moraes Garcia, que depôs ontem.
Roseana disse que o prefeito chegou a cogitar com ela a necessidade de um esquema especial de segurança para a filha Marina.
A viúva estava acompanhada do advogado Ralph Tórtima Stettinger, 63. Segundo o advogado, Roseana não soube dizer se o prefeito morto estava sendo ameaçado. Ela não chegou a comentar os motivos de ele querer mais segurança para a filha.
Os vereadores Sebastião Arcanjo e Ângelo Barreto, ambos do PT, disseram ter ouvido de Toninho que ele estava sendo ameaçado.


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