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Sindicato promete parar 20% da varrição
Categoria protesta contra demissões após corte de verba definido pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM)
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato dos garis promete parar 20% da categoria hoje,
em São Paulo, em protesto contra as demissões de 1.868 funcionários das cinco empresas
de varrição de ruas da cidade.
As demissões ocorrem devido ao corte de 20% nos serviços, determinado em agosto
pelo prefeito Gilberto Kassab
(DEM). As empresas alegam
que, com o corte nos serviços,
não é possível manter o mesmo
quadro de funcionários.
Segundo o Selur (Sindicato
das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo),
serão demitidas 3.274 pessoas.
O corte também vai reduzir em
81% a coleta de entulho e em
32% a varrição de ruas em São
Paulo, diz o sindicato. A prefeitura não reconhece o cálculo.
O presidente do Siemaco (o
sindicato dos garis), Moacyr
Pereira, afirmou que a greve vai
atingir apenas 20% da categoria por se tratar de um serviço
essencial. Mas ele disse que a
paralisação parcial depende de
apoio das empresas.
"Nós contamos com o apoio
das empresas para nos dar a escala de trabalho. Se eles não colaborarem, paramos tudo",
afirmou o sindicalista.
Anulação de contrato
No sábado, na abertura da Virada Esportiva no vale do
Anhangabaú, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse não
acreditar na greve. Sobre a decisão do Siemaco de parar apenas 20% da categoria, Kassab
não quis comentar. "Vamos
ver", limitou-se a dizer.
Nas outras vezes em que foi
questionado sobre o assunto,
Kassab afirmou que as empresas não podem parar o serviço
de varrição das ruas sob pena
de perderem os contratos.
"Não haverá greve. As empresas sabem que não podem
fazer greve. Elas precisam ter
um plano de emergência. Elas
sabem que precisam ter. O contrato será anulado. Não haverá
greve, a empresa não pode fazer", disse o prefeito no dia 11,
durante uma visita à Vila Prudente (zona leste).
São Paulo tem cerca de 8.500
garis. O piso salarial da categoria é de R$ 635.
Kassab afirma que a prefeitura vai gastar R$ 903 milhões
neste ano com os serviços de
limpeza pública, mesmo valor
do ano passado.
O corte nos serviços foi necessário, segundo o prefeito,
porque a receita da prefeitura
deve chegar a R$ 25 bilhões
quando a previsão inicial era de
R$ 29 bilhões. "Se não cortássemos, íamos ter um investimento, um gasto de R$ 1,2 bilhão
para a limpeza urbana", disse
Kassab à Folha na última sexta-feira.
(EVANDRO SPINELLI)
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