São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Sindicato promete parar 20% da varrição

Categoria protesta contra demissões após corte de verba definido pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM)

DA REPORTAGEM LOCAL

O sindicato dos garis promete parar 20% da categoria hoje, em São Paulo, em protesto contra as demissões de 1.868 funcionários das cinco empresas de varrição de ruas da cidade.
As demissões ocorrem devido ao corte de 20% nos serviços, determinado em agosto pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). As empresas alegam que, com o corte nos serviços, não é possível manter o mesmo quadro de funcionários.
Segundo o Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo), serão demitidas 3.274 pessoas. O corte também vai reduzir em 81% a coleta de entulho e em 32% a varrição de ruas em São Paulo, diz o sindicato. A prefeitura não reconhece o cálculo.
O presidente do Siemaco (o sindicato dos garis), Moacyr Pereira, afirmou que a greve vai atingir apenas 20% da categoria por se tratar de um serviço essencial. Mas ele disse que a paralisação parcial depende de apoio das empresas.
"Nós contamos com o apoio das empresas para nos dar a escala de trabalho. Se eles não colaborarem, paramos tudo", afirmou o sindicalista.

Anulação de contrato
No sábado, na abertura da Virada Esportiva no vale do Anhangabaú, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse não acreditar na greve. Sobre a decisão do Siemaco de parar apenas 20% da categoria, Kassab não quis comentar. "Vamos ver", limitou-se a dizer.
Nas outras vezes em que foi questionado sobre o assunto, Kassab afirmou que as empresas não podem parar o serviço de varrição das ruas sob pena de perderem os contratos.
"Não haverá greve. As empresas sabem que não podem fazer greve. Elas precisam ter um plano de emergência. Elas sabem que precisam ter. O contrato será anulado. Não haverá greve, a empresa não pode fazer", disse o prefeito no dia 11, durante uma visita à Vila Prudente (zona leste).
São Paulo tem cerca de 8.500 garis. O piso salarial da categoria é de R$ 635.
Kassab afirma que a prefeitura vai gastar R$ 903 milhões neste ano com os serviços de limpeza pública, mesmo valor do ano passado.
O corte nos serviços foi necessário, segundo o prefeito, porque a receita da prefeitura deve chegar a R$ 25 bilhões quando a previsão inicial era de R$ 29 bilhões. "Se não cortássemos, íamos ter um investimento, um gasto de R$ 1,2 bilhão para a limpeza urbana", disse Kassab à Folha na última sexta-feira. (EVANDRO SPINELLI)


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