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foco
Vik Muniz reúne 1.200 para ensaio fotográfico de campanha contra a Aids
DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O beijo como símbolo da
proximidade e afeto. Com essa proposta, cerca de 1.200
pessoas portadoras do vírus
HIV e familiares se reuniram
ontem em Guarulhos (Grande
SP) para um ensaio fotográfico contra o preconceito. O trabalho é assinado pelo fotógrafo e artista plástico paulistano
Vik Muniz, 48, e integra a nova campanha do Programa
Nacional de Luta Contra a
Aids, do Ministério da Saúde.
A proposta de Muniz era
produzir um mosaico a partir
de cinco fotografias que representam diferentes formas de
amor. As fotos originais feitas
pelo artista mostram cenas de
beijo entre casais homossexuais e heterossexuais. Há
também um foto com um beijo entre mãe e filho e um autorretrato do artista, uma das
marcas do trabalho de Muniz,
conhecido por montagens
com diferentes tipos de material, como arame e açúcar.
Na segunda parte do trabalho, realizada ontem, as imagens foram estendidas por
pessoas anônimas, na arquibancada de um ginásio.
Cada foto reúne 600 pessoas -era essa a expectativa
inicial de participantes. De
acordo com o ministério,
1.500 pessoas se inscreveram
para participar do projeto pela
internet e em centros de apoio
a pessoas com Aids de dez cidades paulistas. O resultado
do trabalho será lançado em 1º
de dezembro, Dia Mundial da
Luta Contra a Aids -não foram definidos os locais das exposições. Neste ano, a campanha nacional terá como tema
"Não ao preconceito a pessoas
com HIV e Aids".
Pesquisa realizada em 2008
pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), vinculada ao ministério, mostra que o preconceito ainda é um obstáculo para a qualidade de vida de pessoas com Aids. De 1.275 soropositivos entrevistados, 70%
afirmaram ter tido alguma
perda social relacionada ao
HIV e 31,1% disseram se sentir discriminados pela família,
por amigos ou pela comunidade. Para 42,5%, houve perdas
também no trabalho.
Segundo o ministério, o país
registrou 506 mil casos de
Aids entre 1980 e 2008.
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