São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2001

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BLOG

Para estudiosos, fenômeno é reflexo da busca pela identidade social perdida

São 800 mil páginas com detalhes da vida e das opiniões de pessoas comuns

Diários são a nova mania dos internautas

SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quer saber o que as mulheres conversam no banheiro? E o que os homens pensam sobre o amor e a solidão? Então, "blogue-se".
O neologismo vem de "blog" -corruptela de weblog ("diário on-line"). São páginas que podem ser criadas na internet sem nenhum conhecimento técnico e atualizadas rapidamente.
Nelas, as pessoas falam de tudo. Mas falam, sobretudo, de si mesmas -rotinas, romances, neuroses, gostos e opiniões sobre o mundo. E, a julgar pelos números, a exposição do privado a uma legião de desconhecidos ganha milhares de adeptos a cada dia.
Hoje, há cerca de 800 mil dessas páginas nos quatros sites mais conhecidos para sua criação. Há um ano, não chegavam a 200 mil.
Muitas são de brasileiros, mas não há estatísticas precisas. Para o país, o único dado disponível é da Weblogger Brasil -que, em um mês, já chega a 4.000 "blogs".
Para os "blogueiros", o segredo dessa explosão está na liberdade de expressão e nas facilidades técnicas da criação. Para estudiosos do comportamento humano, as páginas são a concretização do futuro pop anunciado por Andy Warhol: nele, todos têm (ou precisam acreditar que podem ter) seus 15 minutos de fama.



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