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BLOG
Para estudiosos, fenômeno é reflexo da busca pela identidade social perdida
São 800 mil páginas com detalhes da vida e das opiniões de pessoas comuns
Diários são a nova mania dos internautas
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quer saber o que as mulheres
conversam no banheiro? E o que
os homens pensam sobre o amor
e a solidão? Então, "blogue-se".
O neologismo vem de "blog"
-corruptela de weblog ("diário
on-line"). São páginas que podem
ser criadas na internet sem nenhum conhecimento técnico e
atualizadas rapidamente.
Nelas, as pessoas falam de tudo.
Mas falam, sobretudo, de si mesmas -rotinas, romances, neuroses, gostos e opiniões sobre o
mundo. E, a julgar pelos números, a exposição do privado a uma
legião de desconhecidos ganha
milhares de adeptos a cada dia.
Hoje, há cerca de 800 mil dessas
páginas nos quatros sites mais conhecidos para sua criação. Há um
ano, não chegavam a 200 mil.
Muitas são de brasileiros, mas
não há estatísticas precisas. Para o
país, o único dado disponível é da
Weblogger Brasil -que, em um
mês, já chega a 4.000 "blogs".
Para os "blogueiros", o segredo
dessa explosão está na liberdade
de expressão e nas facilidades técnicas da criação. Para estudiosos
do comportamento humano, as
páginas são a concretização do futuro pop anunciado por Andy
Warhol: nele, todos têm (ou precisam acreditar que podem ter)
seus 15 minutos de fama.
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