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Juiz decide afastar 8 dos 14 vereadores do Guarujá
Os políticos são acusados de receber propina do prefeito para aprovar projetos
Também foram quebrados os sigilos fiscal e bancário do prefeito; mesmo afastados, parlamentares continuarão tendo direito aos salários
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A Justiça do Guarujá, no litoral paulista, decidiu afastar 8
dos 14 vereadores da cidade,
além de pedir a quebra do sigilo
bancário e fiscal do prefeito Farid Said Madi (PDT), do irmão
dele e assessor, Ysam Said Madi, do secretário do Governo,
Antônio Addis Filho, e de um
dos vereadores.
Todos são acusados de participar de um suposto esquema
de corrupção, segundo denúncia do Ministério Público. O
prefeito pagava aos vereadores
para assegurar a aprovação de
projetos de seu interesse no Legislativo, diz a Promotoria.
Os vereadores afastados são:
Gilson Fidalgo Salgado
(PMDB), Honorato Tardelli Filho (sem partido), Joaci Cidade
Alves (PTB), Marcos Evandro
Ferreira (sem partido), Mário
Lúcio da Conceição (sem partido), Nilson de Oliveira Fontes
(PMDB), Sirana Bosonkian
(PDT) e Helder Saraiva de Albuquerque (PP), que também
teve seus sigilos quebrados.
A liminar foi concedida ontem pelo juiz da 3ª Vara Judicial, Valdir Ricardo Lima Pompeo Marinho, em ação civil pública de responsabilidade por
ato de improbidade administrativa contra 11 políticos do
Guarujá. A ação foi proposta
pelo Ministério Público na semana passada. Cabe recurso.
O suposto esquema de corrupção veio à tona no início de
setembro, quando a TV Bandeirantes exibiu vídeo, gravado
na Câmara, mostrando o então
presidente do Legislativo, Gilson Fidalgo Salgado, dando dinheiro a vereadores. O caso foi
apelidado de "mensalinho".
Segundo o Ministério Público, os vídeos foram gravados a
partir de maio deste ano.
Com o afastamento dos oito
vereadores, os suplentes deverão ser chamados. Apesar de
afastados, eles continuarão a
receber salários.
Na ação, os promotores também pediram o afastamento de
Farid, do irmão dele e do secretário do Governo. O juiz indeferiu o pedido porque, "eles não
aparecem em nenhuma das filmagens ocultas" e "não há elementos seguros contra eles no
inquérito civil e demais documentos" coletados.
Apesar de não afastar os três,
o juiz determinou a quebra dos
sigilos bancário e fiscal deles.
Marinho também pediu ao
Banco Central informações sobre eventuais contas existentes
em nome deles e remessas de
dinheiro ao exterior por eles
realizadas. Além disso, requisitou cópias das declarações de
renda e bens dos três e do vereador Albuquerque, desde
2001, bem como as movimentações de CPMF por eles realizadas nesse período.
Os réus devem ser notificados e oferecer manifestação
por escrito, em 15 dias. Foi decretado segredo de Justiça.
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