São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

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Juiz decide afastar 8 dos 14 vereadores do Guarujá

Os políticos são acusados de receber propina do prefeito para aprovar projetos

Também foram quebrados os sigilos fiscal e bancário do prefeito; mesmo afastados, parlamentares continuarão tendo direito aos salários

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A Justiça do Guarujá, no litoral paulista, decidiu afastar 8 dos 14 vereadores da cidade, além de pedir a quebra do sigilo bancário e fiscal do prefeito Farid Said Madi (PDT), do irmão dele e assessor, Ysam Said Madi, do secretário do Governo, Antônio Addis Filho, e de um dos vereadores.
Todos são acusados de participar de um suposto esquema de corrupção, segundo denúncia do Ministério Público. O prefeito pagava aos vereadores para assegurar a aprovação de projetos de seu interesse no Legislativo, diz a Promotoria.
Os vereadores afastados são: Gilson Fidalgo Salgado (PMDB), Honorato Tardelli Filho (sem partido), Joaci Cidade Alves (PTB), Marcos Evandro Ferreira (sem partido), Mário Lúcio da Conceição (sem partido), Nilson de Oliveira Fontes (PMDB), Sirana Bosonkian (PDT) e Helder Saraiva de Albuquerque (PP), que também teve seus sigilos quebrados.
A liminar foi concedida ontem pelo juiz da 3ª Vara Judicial, Valdir Ricardo Lima Pompeo Marinho, em ação civil pública de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra 11 políticos do Guarujá. A ação foi proposta pelo Ministério Público na semana passada. Cabe recurso.
O suposto esquema de corrupção veio à tona no início de setembro, quando a TV Bandeirantes exibiu vídeo, gravado na Câmara, mostrando o então presidente do Legislativo, Gilson Fidalgo Salgado, dando dinheiro a vereadores. O caso foi apelidado de "mensalinho".
Segundo o Ministério Público, os vídeos foram gravados a partir de maio deste ano.
Com o afastamento dos oito vereadores, os suplentes deverão ser chamados. Apesar de afastados, eles continuarão a receber salários.
Na ação, os promotores também pediram o afastamento de Farid, do irmão dele e do secretário do Governo. O juiz indeferiu o pedido porque, "eles não aparecem em nenhuma das filmagens ocultas" e "não há elementos seguros contra eles no inquérito civil e demais documentos" coletados.
Apesar de não afastar os três, o juiz determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal deles. Marinho também pediu ao Banco Central informações sobre eventuais contas existentes em nome deles e remessas de dinheiro ao exterior por eles realizadas. Além disso, requisitou cópias das declarações de renda e bens dos três e do vereador Albuquerque, desde 2001, bem como as movimentações de CPMF por eles realizadas nesse período.
Os réus devem ser notificados e oferecer manifestação por escrito, em 15 dias. Foi decretado segredo de Justiça.


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