São Paulo, quarta, 21 de outubro de 1998

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CRIME
Dona-de-casa foi presa sob acusação de injúria com preconceito
Policial prende dona-de-casa após ser chamado de 'macaco' no Rio

da Sucursal do Rio

A dona-de-casa Mirtes de Góes Tassaka, 42, está presa desde anteontem na 15ª DP (Delegacia Policial), na Gávea (zona sul), sob acusação de racismo contra o cabo PM João Carlos Justi.
Mirtes Tassaka foi presa em flagrante pelo próprio policial em frente ao Barrashopping, na Barra da Tijuca. Ela nega a acusação.
Segundo o registro feito na delegacia, a dona-de-casa pediu informações ao PM sobre onde poderia pegar uma van. Ele teria respondido que as vans são um transporte clandestino e que ele estava na frente do shopping para impedir que elas estacionassem ali.
A dona-de-casa e o PM discutiram. De acordo com o depoimento do PM, Mirtes Tassaka o chamou, então, de "crioulo sujo" e "macaco". Justi deu voz de prisão à dona-de-casa, e ela teria resistido à prisão.
"Segundo testemunhas que estamos ouvindo, foi aí que ela disse que ainda não tinha xingado o PM, mas ia fazer isso. Então disse que ele era "crioulo sujo' e "macaco' e acabou presa", disse a delegada Elizabeth Cayres, da 16ª DP.
Mirtes Tassaka foi acusada por desacato à autoridade, resistência à prisão e injúria com preconceito. "Os outros crimes seriam afiançáveis, mas a injúria com preconceito, não", disse a delegada. Mirtes Tassaka negou ter xingado o PM. Disse que é filha de um mulato, casada com um descendente de japoneses e que todo mundo tem "um pezinho na África".



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