|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍCIA
Mulher teria chamado uma professora de "negra fedorenta"
Comerciante é presa acusada de racismo em Minas Gerais
RANIER BRAGON
free-lance para a Agência Folha
Uma mulher foi presa anteontem em Ribeirão das Neves (região
metropolitana de Belo Horizonte),
acusada de racismo, o segundo caso de prisão por esse crime no Estado em menos de dez dias.
A comerciante Renilza de Andrade Cotrin, 31, teria proferido
termos preconceituosos a uma das
professoras de seu filho Ramón,
de quatro anos de idade, no horário de entrada da escola.
O motivo da discussão seria uma
repreensão que a professora teria
feito ao garoto por ele se atrasar
seguidas vezes para chegar à escola, o Instituto Educacional Tereza
Cristina, no bairro Veneza, em Ribeirão das Neves.
A professora, Sheila Fabiene
Ferreira, 23, é negra. Ela acionou a
Polícia Militar logo após ouvir as
ofensas. "Ela me chamou de negra fedorenta e disse que eu não
servia nem para limpar os pés dela", disse Sheila.
A comerciante foi presa e autuada em flagrante. Ela está detida na
Cadeia Pública de Ribeirão das
Neves, aguardando análise da Justiça local, e não quis falar com a
imprensa.
A delegada que lavrou o auto de
prisão, Conceição Moreira de Medeiros, disse que indiciará a comerciante por crime de injúria por
preconceito.
A pena prevista é de um a três
anos de reclusão e cabe fiança. O
crime de injúria por preconceito
difere-se do crime de racismo pelo
fato de o último ser inafiançável.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|