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DESIGUALDADE
Serviço, pioneiro no país, suspendeu atendimento legal a vítimas de discriminação por falta de pagamento de funcionários
Disque-Racismo cancela auxílio jurídico no Rio
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O Disque-Racismo da Secretaria de Segurança do Rio, pioneiro
no país, parou de auxiliar quem
busca atendimento jurídico em
casos de discriminação racial.
O motivo da suspensão do serviço, criado em 2000 pelo então
governador Anthony Garotinho
(PSB), foi a falta de pagamento
dos funcionários, que não recebem salários desde junho.
O coordenador Gustavo Proença afirmou que houve "falta de
empenho do governo do Estado".
"Aqui trabalhamos por ética e
amor à causa", disse.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que o
convênio entre o Estado e os funcionários do Disque-Racismo expirou em maio, mas ainda cede
uma sala para o serviço.
A equipe do Disque-Racismo é
formada, hoje, por um coordenador, dois advogados, dois cientistas sociais, uma secretária e duas
pessoas ligadas à Fierj (Federação
Israelita do Rio de Janeiro). Sem
pagamento, três profissionais deixaram o serviço -um psicólogo,
um advogado e um auxiliar administrativo. Concebido por um
grupo de pesquisadores ligados
ao antropólogo Luiz Eduardo
Soares, o Disque-Racismo tinha
como função orientar vítimas de
discriminação racial. Quem não
podia pagar advogado contava
com o auxílio jurídico gratuito.
Proença disse que a ajuda jurídica foi suspensa em agosto e que
hoje o serviço só dá orientação
por telefone. "Fizemos um sistema de rodízio de modo que cada
funcionário faça um plantão duas
vezes por semana", disse. Entre
julho de 2000 e outubro de 2002,
foram recebidas 1.357 denúncias.
Dia da Consciência Negra
Com os principais blocos afros
da Bahia à frente, cerca de 50 mil
pessoas, segundo a polícia, ocuparam ruas do centro de Salvador, ontem, Dia Nacional da
Consciência Negra, para pedir reparação contra injustiças cometidas contra afro-descendentes.
Um documento com reivindicações deve ser entregue a Lula.
No Rio, um pronunciamento da
governadora Benedita da Silva
(PT), em frente à estátua de Zumbi dos Palmares (centro), marcou
o início das festividades do feriado em homenagem ao líder negro, comemorado ontem.
Colaborou a Agência Folha, em Salvador
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