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UNIVERSIDADES
Aumento se deu entre 1995 e 2001, segundo Censo do Ensino Superior, divulgado pelo Ministério da Educação
Cursos noturnos privados crescem 96%
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de alunos que cursam universidades e faculdades
particulares à noite praticamente
dobrou nos dois mandatos do
presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB). As matrículas
do período noturno na rede privada passaram de 711 mil para
1,39 milhão entre 1995 e 2001, um
crescimento de 96%.
Mais de 3 milhões de alunos estavam matriculados no ensino superior até o primeiro semestre do
ano passado, sendo que um terço
era calouro. O aumento com relação a 2000 foi de 12,5%, de acordo
com o Censo do Ensino Superior,
divulgado ontem pelo Ministério
da Educação.
Mais da metade de todas as matrículas são do turno da noite. Na
rede privada, que concentra 69%
de todos os alunos, dois terços estudam à noite.
Para o ministro da Educação,
Paulo Renato Souza, a ampliação
do ensino superior se deve a dois
fatores: a melhoria do fluxo no ensino básico e a flexibilização na
expansão de vagas permitida pelas avaliações educacionais.
"Hoje, temos um sistema mais
homogêneo em termos de qualidade devido às avaliações", afirmou o ministro.
Porém, até hoje, nenhum curso
foi fechado devido a resultados
insatisfatórios obtidos no Provão
(Exame Nacional de Cursos) e nas
avaliações de condições de ensino. Os 12 cursos de letras e matemática que seriam fechados no
ano passado conseguiram obter
liminares na Justiça para continuar funcionando.
Questionado sobre como conciliar a abundante oferta de cursos
pagos com a necessidade de absorção de alunos de baixa renda, o
ministro afirmou que caberá a seu
sucessor ampliar o financiamento
estudantil, que atende hoje cerca
de 180 mil alunos, 6% dos matriculados. Ele estima ser necessário
auxiliar 500 mil.
Vagas sobrando
O número de vagas oferecidas
pelas universidades voltou a exceder o total de alunos que conseguiram passar no vestibular.
No caso das públicas (federais,
estaduais e municipais), cerca de
12 mil vagas não foram preenchidas. Já na rede privada, 360 mil
vagas sobraram, número superior
a todas as matrículas do Rio de Janeiro em 2001.
Os dados refletem a tendência
dos anos anteriores e, para o governo, demonstram que a rede
privada faz "reserva de mercado",
isto é, abre vagas excessivas para
atender a demanda futura.
Eficiência
Nas universidades federais, o
número de matrículas cresceu
apenas 4,2% entre 2000 e 2001. De
acordo com o Ministério da Educação, o aumento de vagas foi
consequência das políticas salarial e de financiamento deste governo, que incluiu condicionantes
ligados à docência.
"O crescimento nas federais se
deve a um aumento de eficiência", disse. Nas federais, entre
1995 e 2001, os alunos aumentaram em 37% e os professores, em
apenas 1%.
Nesse período, o número de
alunos nesse nível de ensino em
todo o país aumentou 72%, enquanto o número de docentes
cresceu 40%.
O grau de formação também
melhorou. Em 1995, 60% dos professores tinham apenas curso de
especialização, 24% haviam feito
mestrado e 16% tinham doutorado. Em 2001, a porção de professores "especializados" caiu para
46%. Os mestres e doutores passaram a representar 32% e 22%
do total, respectivamente.
Na região Norte, o número de
matrículas cresceu 23% entre
2000 e 2001, maior índice do país.
Apesar disso, a região só concentra 4,7% de todas as matrículas.
Mais da metade de todos os alunos universitários estão na região
Sudeste, sendo que São Paulo é
responsável por 30% do total.
No Nordeste, o número de matrículas chegou a 460 mil no ano
passado, 190 mil a mais que em
1995. No Sul, o aumento foi de
82% no período. Já na região Centro-Oeste, o número de matrículas mais que duplicou entre 1995 e
2001, atingindo 260 mil.
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