São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 2005

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24 HORAS NO AR

Público comparece à maratona pela madrugada adentro, escapa da chuva e aprova a seleção de filmes

Cinéfilos surpreendem na Virada Cultural

DA REPORTAGEM LOCAL

"O público está muito maior do que a gente esperava" foi a frase comum aos organizadores da Virada Cultural no MIS (Museu da Imagem e do Som), na Sala Cinemateca e no Cinesesc.
Verdade que, sem um termo de comparação em que se fiar, Graça Seligman, diretora do MIS, "não esperava nada", afinal, "é a primeira vez que se faz isso em São Paulo", afirmou.
Para o sucesso da experiência inédita, no entanto, ela acha explicação numa velha receita: "Sempre que se oferece um bom programa, o público vem".
Um total de 77 pessoas foram ver a pré-estréia de "Bens Confiscados" (com estréia prevista para o dia 2 de dezembro), do brasileiro Carlos Reichenbach, à 0h, no MIS. Antes da chuva, os jardins do museu também foram atração para quem aguardava as sessões posteriores, caso das estudantes Patrícia Guimarães, 24, e Nelly Morethson, 21.
"A gente veio do show do Tom Zé [às 18h]", contou Patrícia. A idéia das garotas era acompanhar no Anhangabaú também a apresentação seguinte, de Jorge Mautner [às 20h]. "Mas foi escurecendo e os pivetes do centro começaram a fazer arrastão. Então a gente resolveu sair de lá e fazer outra coisa", afirmou Patrícia.

Malditos
Na Sala Cinemateca, os 40 espectadores de "Patty, a Mulher Proibida", do diretor Luiz Gonzaga dos Santos, eram mais do que esperava o gerente da sala, Luiz Carlos de Brito. A sessão abriu a maratona "Malditos Filmes Brasileiros!", à meia-noite.
Antes, houve um programa de curtas experimentais paulistas. Na platéia da Sala Cinemateca pela primeira vez estavam os estudantes Paulo Henrique Machado Cardoso, 17, que também é "dog sitter", Arthur de Lima Pinheiro, 16, e Alan Coelho de Souza, 17, "operador de telemarketing e futuro engenheiro eletrônico".
Lima Pinheiro terá de fazer neste ano o seu próprio curta como trabalho escolar. Não tinha idéia de por onde começar. Quando viu na internet a programação da Cinemateca para a Virada Cultural, disse: "Pô, fechou!".
O estudante gostou não apenas dos filmes a que assistiu, mas também da estrutura do lugar, que pretende usar como cenário para o seu filmete.

Cinéfilos
No Cinesesc, cinéfilos "de carteirinha", como se define o estudante de arquitetura Marcelo Augusto de Oliveira, 26, cumpriram maratona de três longas, a partir da 0h. Houve dois intervalos pontuados por show de blues dos músicos Sérgio Duarte (na gaita) e Celso Salim (no violão).
Às 6h45, os 90 espectadores restantes deixaram a sala e encontraram um café da manhã preparado no hall do cinema. "Gostei da organização e da seleção de filmes, que estava muito apurada. Deveria ser um programa mensal", sugeriu Oliveira.
(SILVANA ARANTES)


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