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73 contratações são investigadas em SP
Procuradoria vê irregularidade em vagas ocupadas sem concurso e com salários de até R$ 15 mil; SPTuris nega
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A SPTuris, empresa de turismo da Prefeitura de São Paulo,
contratou 73 funcionários de
forma irregular, segundo o Ministério Público do Trabalho.
Eles foram contratados sem
concurso público, para cargos
de confiança, mas, para as quatro procuradoras que fazem a
investigação, as funções que
exercem exigem concorrência.
Além disso, eles recebem salário maior que o máximo que a
lei permite para quem é vinculado à prefeitura. Isso porque a
SPTuris é uma empresa de economia mista -o que a exime de
cumprir regras de salários para
servidores. O teto do município
é de cerca de R$ 8.000; há cargos na companhia de turismo
que pagam até R$ 15 mil. Caio
Carvalho, presidente da SPTuris, nega que haja irregularidade (leia texto ao lado).
As contratações foram feitas
no início da gestão José Serra
(PSDB), governador eleito de
São Paulo, quando foi criada a
SPTuris, sucessora da Anhembi e que controla o sambódromo, o autódromo de Interlagos
e o Anhembi.
Além dos funcionários que
ocupam cargos de confiança,
são apontados os casos de Marcia Andrea Franco, assessora
de marketing e comunicação da
SPTuris, e Leão Serva, assessor
de comunicação do gabinete da
presidência da SPTuris. Eles
não trabalham na empresa,
mas no gabinete do prefeito
Gilberto Kassab (PFL). Serva
não quis falar sobre o caso.
Franco não foi localizada.
Para as procuradoras, cargos
de confiança podem ser só para
funções de "direção, chefia e assessoramento superior", e
qualquer coisa fora disso é ilegal. Dos cerca de 490 funcionários atuais da SPTuris, 22% são
cargos de confiança. O Ministério Público do Trabalho pedirá
à Justiça a demissão imediata
dos 73 funcionários e multa para cada um deles de R$ 1.000.
Contratações semelhantes
ocorreram nas gestões Paulo
Maluf (PP) e Celso Pitta (hoje
no PTB). A Justiça os condenou
por terem empregado, pela
Anhembi Turismo (nome anterior da SPTuris) e pela Prodam
(empresa municipal de processamento de dados), funcionários que atuavam, na verdade,
dentro da prefeitura e recebiam salários maiores do que
permitia a lei.
Colaborou DANIELA ARRAIS
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